Bolsas de NY fecham em alta, com expectativa de fim do aperto monetário e 'pouso suave' nos EUA
Inesperada queda do índice de preços ao produtor em outubro ante setembro alimentou esperanças
Agência de notícias
Publicado em 15 de novembro de 2023 às 20h21.
As bolsas de Nova York estendem os ganhos da véspera, após a inesperada queda do índice de preços ao produtor (PPI) em outubro ante setembro, com avanço aquém do previsto do núcleo de inflação. O dado alimenta expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá evitar uma nova rodada de aumento de juros. Ao mesmo tempo, o recuo menor que o esperado nas vendas no varejo no mês passado e o avanço no índice Empire State sustentam a percepção de que a economia americana poderá ter um "pouso suave".
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,47%, aos 34991,21 pontos; S&P 500 subiu 0,16%, a 4502,88 pontos e o Nasdaq avançou 0,07%, a 14103,84 pontos. Apesar dos sinais encorajadores de inflação nos EUA, apontados também pelo CPI de ontem, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, alertou hoje que a autoridade monetária perderia credibilidade se declarasse prematuramente vitória na luta contra a inflação e depois tivesse de aumentar novamente os juros, apontando que corte na taxa não devem ocorrer por “um tempo”.
Já a Fitch publicou relatório avaliando que as condições restritas de liquidez e financiamento, incertezas macroeconômicas e sobre o setor imobiliário da China e eventos geopolíticos são os principais riscos de crédito em 2024. A agência de avaliação de crédito diz que apesar de dados recentes sinalizarem a desaceleração da inflação nas principais economias desenvolvidas, "a resiliência contínua do consumidor dos Estados Unidos poderá ainda levar a um cenário de taxas de juro ainda mais elevadas por ainda mais tempo, caso os dados da demanda sejam mais fortes do que o esperado e excedam as previsões do Fed".
A Fitch ressalta ainda que uma alta adicional dos juros dos EUA intensificaria o aperto das condições financeiras, aumentando as pressões sobre a qualidade dos ativos e os riscos de um evento de tensão no sistema financeiro.
Entre as ações, o destaque fica para a Target, que saltou quase 18%. A varejista viu suas vendas recuarem neste início de período de compras de Natal com a retração dos consumidores, mas seu lucro cresceu 36%, para US$ 971 milhões no terceiro trimestre - acima dos US$ 685 milhões esperados.