Pela décima vez desde meados de setembro, os negócios na bolsa de valores da Rússia foram interrompidos para evitar que as fortes quedas prejudicassem ainda mais os investidores. Nesta quarta-feira (8/10), as transações foram suspensas após o índice Micex - seu principal indicador - recuar 14% pela manhã. A bolsa russa ficará fechada até a próxima sexta-feira (10/10), numa tentativa de atenuar o pânico dos investidores diante do agravamento da crise financeira mundial. O Micex já havia acumulado uma queda de 20% nesta semana. No ano, as ações negociadas na Rússia perderam 66% de seu valor.

O que vem derrubando o Micex é o fracasso do governo russo em combater a crise de desconfiança dos investidores. No mês passado, o presidente Dmitry Medvedev lançou um pacote de 186 bilhões de dólares para socorrer bancos e empresas em dificuldades. As medidas, porém, não foram suficientes para recobrar a confiança do mercado. Para os especialistas, a incredulidade é semelhante à enfrentada pela Rússia após a moratória de 1998.

Outros pregões suspensos

O fechamento da bolsa russa foi a mais drástica, mas outros países também adotaram medidas semelhantes nesta quarta-feira. A Indonésia interrompeu as transações pela primeira vez em oito anos, após o Índice Composto da Bolsa de Jacarta derreter 10% - o maior recuo desde a crise asiática de 1998. Na Ucrânia, o pregão permanecerá fechado pelo resto do dia, após abrir em baixa. A bolsa da Romênia interrompeu os negócios após recuar 9,5%.

As ações também estão sendo castigadas em pregões de todo o mundo. No Egito, o Case 30, principal indicador da Bolsa do Cairo, recuava 14% no período da manhã, após ter perdido o mesmo tanto nesta terça-feira (7/10).

A bolsa de Budapeste caiu 5,1% - sua maior baixa em três anos. Na Índia, a bolsa perdeu 2,6% e, na China, o Índice CSI 300 recuou 3,1%, para o menor nível em dois anos. Na Coréia do Sul, as ações perderam 5,8% do valor.