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Bolsas chinesas têm maior queda em 3 anos com ameaças tarifárias dos EUA

Donald Trump disse que importações de produtos chineses da faixa de US$ 200 bi terão uma taxa de 25%

Índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen e o índice Xangai caíram mais de 5% (NurPhoto/Getty Images)

Índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen e o índice Xangai caíram mais de 5% (NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de maio de 2019 às 08h35.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 09h07.

Xangai — Os investidores chineses foram pegos de surpresa pelas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levando-os a vender ações e a vender o iuan nesta segunda-feira, 6, quando a deteriorização das relações comerciais entre Pequim e Washington agitaram os mercados financeiros asiáticos.

Os principais índices acionários do país mostraram sua maior queda em mais de três anos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen e o índice Xangai caíram mais de 5% cada, registrando sua maior queda em um único dia desde fevereiro de 2016. Cerca de mil empresas despencaram o limite máximo permitido de 10% no dia.

O sentimento do mercado recebeu um pequeno impulso um pouco depois, com a China dizendo que sua delegação comercial está se preparando para ir aos Estados Unidos.

Trump surpreendeu os mercados globais com uma publicação no Twitter na noite de domingo anunciando que vai aumentar as tarifas dos EUA sobre os 200 bilhões de dólares em mercadorias chinesas nesta semana e terá como alvo centenas de bilhões em breve, dizendo que as negociações comerciais com a China estão indo devagar demais.

Os mercados haviam amplamente precificado as expectativas de que um acordo comercial seria alcançado em breve, reduzindo ainda mais a pressão sobre a economia chinesa, que recentemente mostrou sinais de estabilização.

Estimulando as expectativas de que a nova incerteza no comércio poderia levar a uma flexibilização monetária adicional, o banco central da China disse nesta segunda-feira que cortará a taxa de compulsórios para bancos de pequeno e médio porte.

Pequim já anunciou que sua equipe de negociação está pronta para viajar a Washington - sem confirmar uma data específica, nem se o vice-premiê Liu He continuará a liderar a delegação chinesa.

Uma nova reunião em Washington está programada para quarta-feira, após uma décima sessão que aconteceu em Pequim na semana passada.

Desde um encontro entre o presidente dos Estados Unidos e seu colega chinês, Xi Jinping, no início de dezembro, o ambiente era tranquilo entre os dois gigantes econômicos.

Pequim sempre se recusou a discutir "com uma arma na cabeça", enquanto as novas sanções comerciais americanas devem entrar em vigor na sexta-feira.

. Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado.

. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,90%, a 29.209 pontos.

. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 5,58%, a 2.906 pontos.

. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 5,84%, a 3.684 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI não teve operações.

. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,80%, a 10.897 pontos.

. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 3,00%, a 3.290 pontos.

. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,82%, a 6.283 pontos.

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