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Bolsa garante os 105 mil pontos e fecha 5ª semana seguida no azul

Dólar encerrou a sessão negociado a R$ 4,15, ficando praticamente estável na semana

Na semana, Ibovespa teve variação positiva de 0,25%. (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Na semana, Ibovespa teve variação positiva de 0,25%. (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

TL

Tais Laporta

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 17h30.

Última atualização em 27 de setembro de 2019 às 17h58.

A leve desvalorização desta sexta-feira (27) não impediu o principal índice da bolsa brasileira de garantir a quinta semana seguida no azul, sequência que não se repetia desde junho. Com a pressão da Vale e bancos, a bolsa brasileira sucumbiu à piora do humor em Wall Street, depois da notícia de que o governo de Donald Trump estuda retirar empresas chinesas de bolsas dos Estados Unidos, o que alimentou novas preocupações em torno da guerra comercial.

O Ibovespa caiu 0,23% nesta sessão, na casa dos 105.077 pontos. Na semana, teve variação positiva de 0,25%.

As ações da companhia aérea Gol lideraram na ponta negativa. Investidores reagiram mal ao anúncio de que a americana Delta Airlines vai vender a fatia que detém na empresa para adquirir 20% do capital da concorrente Latam. Com isso, a Gol perdeu sua parceira em voos internacionais e terá que buscar uma nova aliança para garantir seu espaço em aeroportos e rotas.

Os papéis da aérea caíram 6,5%, negociados a 32 reais, enquanto a aérea chileno-brasileira avançou 28% em Santiago, no Chile. As ações da Smiles, empresa de programas de fidelidade controlada pela Gol, desvalorizaram mais de 5% nesta sexta, uma vez que a ruptura com a Delta tem potencial para reduzir o volume transacionado nos programas de fidelidade. A Azul também sofreu, caindo 0,5%, com a percepção de fortalecimento de um rival no mercado brasileiro.

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Segundo analistas, existe a expectativa de que a Gol e a American Airlines negociem uma possível aproximação, uma vez que a aérea norte-americana também rompeu a aliança com a Latam após o anúncio da Delta. Com isso, a aquisição deve reconfigurar o cenário de parcerias internacionais na aviação comercial brasileira.

Para os bancos, a sessão foi mista. A ação do Itaú Unibanco caiu 0,42%, após forte alta na véspera, enquanto o Bradesco perdeu 0,06%. O papel do Banco do Brasil cedeu 0,81%, no dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de gerentes do BB suspeitos de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. A unit do Santander Brasil destoou dos demais e avançou 1,84%.

A mineradora Vale cedeu 0,42%, mesmo em dia de alta dos contratos futuros do minério de ferro na China, com os papéis de siderúrgicas também fechando em queda, entre elas CSN , que caiu 1,91%. Segundo analistas, o setor deve passar por momentos difíceis no segundo semestre, após um início de ano favorável para a maior parte das empresas listadas.

Tensão no exterior voltou a preocupar

Em discurso na ONU, o principal diplomata da China disse que tarifas e disputas comerciais podem mergulhar o mundo em recessão e Pequim se comprometeu a resolvê-las de "maneira calma, racional e cooperativa". A disputa tarifária iniciada pelos EUA contra a China tem preocupado o mercado, com sinais contraditórios enviados pelos envolvidos sobre o andamento das negociações, enquanto os investidores também monitoram o início de um processo de impeachment de Trump.

Para o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez, fatores externos minaram o Ibovespa, com as notícias sobre possíveis ações dos EUA contra empresas chinesas pesando, além dos receios de possíveis dedesdobramentos do pedido de impeachment de Trump. "Ao mesmo tempo, no front local, novos atrasos no andamento da reforma da Previdência também afetam negativamente o ânimo dos investidores", afirmou.

Em Wall Street, os índices que compõem a Bolsa de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) caíram com a notícia sobre a possível "expulsão" das empresas chinesas da bolsa do país. O Dow Jones Industrial Average caiu 0,25%, o S&P 500 perdeu 0,53%, e o Nasdaq Composite recuou 1,13%.

A equipe da corretora H.Commcor destacou que "a insegurança de investidores segue em alta, não sendo necessárias notícias de grande 'calibre' para desencadear novas rodadas de volatilidade nos mercados".

Dólar termina a semana a R$ 4,15

O dólar encerrou em leve queda contra o real, com agentes do mercado evitando grandes movimentações diante de incertezas no cenário externo, mas a moeda terminou a semana com leve alta após dias marcados por ruídos políticos nos Estados Unidos e incertezas comerciais.

A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,13%, negociada a 4,1563 reais na venda. Na semana, teve variação positiva de 0,07%, ficando praticamente estável.

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