Bolsa cai quase 2% com exterior, pesquisa eleitoral e balanços
A pesquisa sobre intenções de votos mostrou o candidato tucano Geraldo Alckmin ainda está sem vigor na corrida presidencial
Karla Mamona
Publicado em 15 de agosto de 2018 às 13h24.
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, marcada por vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, com quadro global desfavorável pressionando os negócios, em meio a uma bateria de resultados corporativos e pesquisa eleitoral no cenário doméstico.
Às 12:25, o Ibovespa caía 1,83%, a 77.162,31 pontos, depois de ter recuado 2,26% na mínima da sessão até o momento. O volume financeiro somava 4,05 bilhões de reais.
"Investidores locais começaram o dia avaliando a retomada da cautela no mercado externo...acompanhando os riscos na Turquia", disse o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
No radar, estavam notícias de que o governo turco decidiu dobrar as tarifas sobre algumas importações norte-americanas em retaliação a ações de Washington, além das constantes preocupações com disputas comerciais envolvendo os Estados Unidos e outros parceiros.
O índice MSCI de ações de mercados emergentes entrou em um nível técnico considerado baixista nesta quarta-feira, com a queda desde janeiro alcançando 20 por cento.
Da cena doméstica, Chinchila destacou pesquisa sobre intenções de votos, que mostrou o candidato tucano Geraldo Alckmin ainda sem vigor na corrida presidencial.
Levantamento do instituto Paraná Pesquisas mostrou o pré-candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, liderando, com 23,9 por cento de preferência do eleitorado no cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Alckmin aparece com 8,5 por cento.
DESTAQUES
- QUALICORP caía 6,2%, após a administradora de planos de saúde coletivos divulgar na véspera que teve lucro líquido consolidado de 88,6 milhões de reais no segundo trimestre, superando em 24% o resultado apurado um ano atrás, quando houve o distrato da venda da carteira Potencial.
- KROTON perdia 6%, tendo no radar queda de 12,8% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre sobre igual período de 2017, em resultado que mostrou aumento de gastos operacionais e despesas com vendas e marketing, bem como provisões maiores com inadimplência.
- ESTÁCIO cedia 4,94%, apesar de ter divulgado na noite da véspera alta de 42,5% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
- MARFRIG perdia 4,33%, mesmo após o desempenho operacional das operações continuadas medido pelo Ebitda ajustado subir 199% para 461 milhões de reais entre abril e junho, com analistas considerando o resultado confuso e chamando atenção para o endividamento, além da ausência de anúncio sobre a Keystone.
- BB SEGURIDADE avançava 3,16%, tendo de pano de fundo melhora na recomendação por analistas do Credit Suisse, de "neutra" para "outperform". Também no radar estava que a companhia está adotando novo posicionamento de marca, conforme publicado na edição desta quarta-feira no jornal O Estado de S.Paulo,
- JBS subia 1,79%, após o grupo de alimentos divulgar que fechou o segundo trimestre com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 4,24 bilhões de reais, aumento de 12,8 por cento na comparação anual.