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Bolsa bate os 113 mil, mas fecha em queda após fala de Bolsonaro

Na contramão dos principais índices acionários do mundo, Ibovespa caiu 0,59%

Ibovespa: bolsa vira para queda, após ultrapassar os 113 mil e bater recorde intradiário (Patricia Monteiro/Bloomberg)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 18h37.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 19h31.

Não foi dessa vez que o Ibovespa fechou acima dos 113 mil pontos. Embora tenha superado a marca pela primeira vez na história, a Bolsa passou a cair no período da tarde, após o presidente Jair Bolsonaro falar que “todas as alternativas estão na mesa” ao ser questionado sobre a volta da CPMF .

Com isso, o índice encerrou o pregão desta segunda-feira (16) em queda de 0,59%, em 111.896,04 pontos. Nesta segunda, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, reforçou a visão de que a medida pode estar em estudo.

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“A fala do Bolsonaro com certeza motivou a queda. O mercado estava vindo de máximas atrás de máximas. Então, qualquer motivo pequeno acaba se tornando um motivo maior para realização de lucros”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus.

O movimento da bolsa brasileira foi na contramão das principais praças acionárias do mundo, que registraram alta nesta segunda-feira, tendo no radar a distensão das relações comerciais e dados sobre a produção industrial chinesa, que cresceu 6,2%, em novembro, enquanto as projeções do mercado apontavam para uma expansão 5%.

Ao longo do dia, o Ibovespa conseguiu surfar no otimismo internacional e superou a marca dos 113 mil pontos pela primeira vez, renovando o recorde histórico para 113.196,83 pontos.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, o destaque negativo ficou para as da Cielo , que caíram 5,13%, após se valorizarem 8,8% na semana passada. A companhia tem enfrentado um momento difícil com o acirramento da disputa no mercado de maquininhas, setor em que nadava de braçada. Mesmo com a forte valorização do Ibovespa no período, os papéis da Cielo estão praticamente estáveis em relação à sua cotação no início do ano.

No entanto, foram as ações da Petrobras e do Itaú e exerceram a maior pressão para o movimento de queda. Juntos, eles compõem 20% do Ibovespa.

Em dia ruim para os grandes bancos na Bolsa, os papéis do Itaú lideraram as baixas do setor, registrando queda de 2,29%. Já as ações do Bradesco , Santander e Banco do Brasil caíram 1,75%, 0,38% e 1,36%, respectivamente.

No caso da Petrobras, nem a cotação do petróleo em alta no mercado internacional evitou mais um dia de queda das ações da petrolífera. No radar, está o anúncio de que o Banco Nacional de Desenvolvimento ( BNDES ) pode zerar sua participação na estatal, o que aumentaria a oferta de ações no mercado. Nesta segunda, os papéis preferenciais da Petrobras recuaram 1,9%, enquanto os ordinários, 0,77%. Na sexta-feira, dia da divulgação do comunicado, suas ações ordinárias caíram 4,69%.

Na ponta positiva, as ações da Natura subiram 3,51%, após a Comissão Europeia aprovar a aquisição da Avon . Em 22 de maio, a Natura comunicou a compra da empresa americana por cerca de 3,7 bilhões de dólares. Estima-se que, com a aquisição, o grupo de cosméticos tenha um faturamento anual de 10 bilhões de dólares.

Outro destaque foram as ações da da Via Varejo , que deram continuidade ao movimento de alta, subindo mais 3,50%. Com isso, os papéis da varejistas não só se recuperaram da queda de quinta-feira (12), como superaram a cotação de 11,18 reais, registrada antes do forte movimento de venda iniciado logo após a empresa admitir, por meio de fato relevante, indícios de fraudes em balanços financeiros.

Parte das expectativas dos investidores são sustentadas pelo otimismo com o setor de varejo para o próximo ano e pela maior transparência que a nova administração tem adotado na empresa. No ano, os papéis da Via Varejo acumulam alta de 156%.

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