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Ibovespa avança com exterior favorável

Construção civil lideram altas antes com definição sobre taxa de juros marcada para amanhã (5)

BOLSA:  um dia decisivo para antecipar todo o segundo semestre (Germano Lüders/Exame)

BOLSA: um dia decisivo para antecipar todo o segundo semestre (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 10h39.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2020 às 14h34.

São Paulo — O Ibovespa avançava mais de 1% nesta terça-feira, acompanhando o viés positivo para ativos de risco no mundo, com as ações da Vale entre os principais suportes, enquanto o noticiário sobre o coronavírus permanecia no radar do mercado.

Às 14:31, o Ibovespa subia 1,21 %, a 116.017,3 pontos. O volume financeiro era de 11,3 bilhões de reais.4

No radar dos investidores também está a definição sobre os juros, programada para amanhã. A expectativa é a de que o Copom corte a taxa Selic de 4,5% para 4,25% ao ano. O corte tende a beneficiar as construtoras, uma vez que o financiamento imobiliário fica mais barato. Por volta deste mesmo horário os papéis da MRV lideravam as altas do Ibovespa, subindo 4,81%. Fora do índice, as ações da Gafisa e Tenda subiam 10,16% e 5,44%, respectivamente.

"A despeito de uma deterioração nos casos de coronavírus ao redor do mundo, os ativos de risco operam em forte alta essa manhã", destacou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos.

"De um lado, temos a forte injeção de liquidez promovida pelo PBoC na China. De outro lado, uma piora expressiva no quadro global de infecção. Por ora, a liquidez vem ganhando essa queda de braço", afirmou.

O Banco do Povo da China injetou um total de 1,7 trilhão de iuanes (242,74 bilhões de dólares) através de recompras reversas na segunda e terça-feira.

Hong Kong registrou a primeira morte causada pelo vírus, a segunda fora da China continental e parte de um surto que já matou mais de 420 pessoas, se espalha pelo mundo e provoca temores sobre o crescimento econômico global.

Na visão da equipe da Guide Investimentos, sem um direcionador local, a bolsa continua acompanhando o humor externo, destacou em nota a clientes.

Da pauta brasileira, a produção industrial apresentou queda de 0,7% em dezembro sobre o mês anterior, informou o IBGE nesta terça-feira. Ante dezembro de 2018, encolheu 1,2% na produção. Os dois números foram piores do que o previsto.

"A divulgação de hoje adiciona um desânimo com a atividade no curto prazo e aumenta a probabilidade de um PIB 2020 em torno de 2,0% em vez de 2,5%", avaliou o estrategista Felipe Sichel, do modalmais, em nota a clientes.

DESTAQUES

- VALE subia 2,8%, em sessão positiva para o setor de mineração e siderurgia, em linha com o desempenho de pares no exterior. CSN ON avançava 3,8%.

- GOL PN ganhava 4,5%, tendo de pano de fundo fraqueza do dólar ante o real e anúncio de codeshare com a American Airlines. A aérea e a Smiles também convocaram para o dia 5 de março assembleias para votar a reorganização societária do grupo.

- BRADESCO PN valorizava-se 1,3%, tendo no radar divulgação de resultado na quarta-feira e arquivamento pela corregedoria do Ministério da Economia de processo contra a instituição após a operção Zelotes. ITAÚ UNIBANCO PN subia também 1,3%.

- PETROBRAS ON avançava 2,6%, em sessão de alta dos preços do petróleo no exterior, além de expectativas para a oferta secundária de ações ordinárias da petrolífera em poder do BNDES, que será precificada na quarta-feira. PETROBRAS PN subia 1,9%.

- B3 cedia 0,9%, entre as poucas quedas do Ibovespa nesta sessão, após renovar cotação recorde na véspera, com a alta acumulada em 2020 ainda ao redor de 17%.

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