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BM&FBovespa migra plataforma de negociação de ações

Entre os sistemas aposentados está o Mega Bolsa, utilizado desde 97 e conhecido por suportar um alto volume de negociações

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2013 às 15h12.

São Paulo - Desde o início de abril, a bolsa de valores BM&FBovespa deixou de usar algumas plataformas de tecnologia que permitiam a bancos e corretoras comprar e vender papéis no mercado de capitais.

Entre os sistemas aposentados está o Mega Bolsa, utilizado desde 97 e conhecido por suportar um alto volume de negociações. Todas as antigas tecnologias serão gradualmente substituídas pela PUMA (Plataforma Unificada de Multi Ativos), num processo complexo e sensível.

A INFO conversou com André Demarco, diretor de operações da BM&FBovespa, sobre o processo de transição de plataformas e as melhorias trazidas pelo PUMA.

Quando a BM&FBovespa decidiu unificar suas plataformas de operações? Antes da fusão, a BMF tinha duas plataformas de negociações e a Bovespa tinha outras duas. Quando aconteceu a união das bolsas, em junho de 2008, a BM&FBovespa passou a ter quatro plataformas de negociação: uma para negociar derivativos e futuros, chamada de GTS; uma plataforma para ações, chamada de Mega Bolsa; e outras duas para operações de renda fixa: uma chamada BovespaFIX, que negociava renda fixa privada, e outra chamada Sisbex, para renda fixa pública.

Em 2009, nós começamos a discutir a necessidade de juntar todos esses produtos em uma única plataforma de negociação. O objetivo era simplificar e aperfeiçoar o uso da nossa plataforma por nossos clientes e pelo mercado.

Como foi a transição de plataformas? Decidimos fazer a transição em quatro fases, para não correr o risco de comprometer todo o sistema de uma vez. Por uma questão estratégica, começamos mudando o GTS, em 2011. Ao longo de todo o ano de 2012, nós trabalhamos no produto que substituiu o Mega Bolsa, para então começarmos a migração. Ela aconteceu em três etapas. A última, que foi a grande virada em termos de fluxo e volume de mensagens, aconteceu no dia 8 de abril. Desde desse dia, toda compra e venda de ações na BM&FBovespa é operada pelo PUMA. Agora, a próxima fase será a substituição das plataformas de renda fixa, que irá acontecer em 2014.


A migração do Mega Bolsa para o PUMA foi a fase mais complicada do processo de transição? Sem dúvidas, foi a fase mais desafiadora e aquela que gerou maior preocupação em relação à continuidade das operações, devido ao volume de negócios que o Mega Bolsa realizava. Para fazer uma analogia simples, tivemos que trocar a turbina do avião com ele voando.

Mas conseguimos. A maior prova de sucesso desse processo é que em nenhum momento, desde a substituição da plataforma de ativos até a substituição da plataforma de ações, nós tivemos descontinuidade dos serviços oferecidos.

Quais são as melhorias que o PUMA irá trazer? Em primeiro lugar, ele é uma tecnologia nova, muito mais moderna que as tecnologias que tínhamos antigamente. O Mega Bolsa, por exemplo, era uma tecnologia dos anos 1990. Além disso, o PUMA tem desempenho muito melhor que as tecnologias anteriores, chegando a ser trinta vezes mais rápido do que o Mega Bolsa ao processar uma ordem de compra ou venda.

O que muda na vida do investidor? O sistema novo melhora a vida de todo mundo envolvido neste mercado, porque ele melhora não apenas o desempenho e velocidade do sistema, o que interessa diretamente ao investidor de alta frequência (pessoas que investem muito e compram e vendem com frequência e em grandes volumes), mas também melhora a vida do investidor eventual, já que esta é uma plataforma muito mais simples e funcional.

O investidor de alta frequência, que é um tipo de investidor que tem muita sensibilidade à questão da performance e da latência, vai ficar muito satisfeito, pela questão tecnológica e pela velocidade de processamento maior. Mas o PUMA não atende apenas o investidor de alta frequência. Na verdade, ele supre as necessidades de qualquer investidor.

Há mudanças na segurança do sistema? Sim, o Puma introduz novos mecanismos de proteção na variação do preço e da quantidade de mensagens enviadas pelos investidores ao sistema. O sistema anterior tinha três mecanismos de proteção no sistema. Não que isso fosse insuficiente. Se fosse, ele não suportaria todo o desenvolvimento do mercado nos últimos dezesseis anos. Mas o PUMA possui sete mecanismos de proteção de preços, um aumento importante nesse sentido. Esses mecanismos são capazes de interromper temporariamente negociações atípicas. São novas formas do que chamamos de “bandas de proteção”, que deixam o sistema muito mais seguro.

Há um caso famoso, que ocorreu nos Estados Unidos, quando um terminal automático começou a disparar ações de venda freneticamente, por um erro de programação. Esse movimento fez a bolsa despencar instantaneamente e ficou conhecido como Flash Crash. Com as atuais regras de proteção, conseguimos impedir que eventos como esse ocorram no Brasil.

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São Paulo - Desde o início de abril, a bolsa de valores BM&FBovespa deixou de usar algumas plataformas de tecnologia que permitiam a bancos e corretoras comprar e vender papéis no mercado de capitais.

Entre os sistemas aposentados está o Mega Bolsa, utilizado desde 97 e conhecido por suportar um alto volume de negociações. Todas as antigas tecnologias serão gradualmente substituídas pela PUMA (Plataforma Unificada de Multi Ativos), num processo complexo e sensível.

A INFO conversou com André Demarco, diretor de operações da BM&FBovespa, sobre o processo de transição de plataformas e as melhorias trazidas pelo PUMA.

Quando a BM&FBovespa decidiu unificar suas plataformas de operações? Antes da fusão, a BMF tinha duas plataformas de negociações e a Bovespa tinha outras duas. Quando aconteceu a união das bolsas, em junho de 2008, a BM&FBovespa passou a ter quatro plataformas de negociação: uma para negociar derivativos e futuros, chamada de GTS; uma plataforma para ações, chamada de Mega Bolsa; e outras duas para operações de renda fixa: uma chamada BovespaFIX, que negociava renda fixa privada, e outra chamada Sisbex, para renda fixa pública.

Em 2009, nós começamos a discutir a necessidade de juntar todos esses produtos em uma única plataforma de negociação. O objetivo era simplificar e aperfeiçoar o uso da nossa plataforma por nossos clientes e pelo mercado.

Como foi a transição de plataformas? Decidimos fazer a transição em quatro fases, para não correr o risco de comprometer todo o sistema de uma vez. Por uma questão estratégica, começamos mudando o GTS, em 2011. Ao longo de todo o ano de 2012, nós trabalhamos no produto que substituiu o Mega Bolsa, para então começarmos a migração. Ela aconteceu em três etapas. A última, que foi a grande virada em termos de fluxo e volume de mensagens, aconteceu no dia 8 de abril. Desde desse dia, toda compra e venda de ações na BM&FBovespa é operada pelo PUMA. Agora, a próxima fase será a substituição das plataformas de renda fixa, que irá acontecer em 2014.


A migração do Mega Bolsa para o PUMA foi a fase mais complicada do processo de transição? Sem dúvidas, foi a fase mais desafiadora e aquela que gerou maior preocupação em relação à continuidade das operações, devido ao volume de negócios que o Mega Bolsa realizava. Para fazer uma analogia simples, tivemos que trocar a turbina do avião com ele voando.

Mas conseguimos. A maior prova de sucesso desse processo é que em nenhum momento, desde a substituição da plataforma de ativos até a substituição da plataforma de ações, nós tivemos descontinuidade dos serviços oferecidos.

Quais são as melhorias que o PUMA irá trazer? Em primeiro lugar, ele é uma tecnologia nova, muito mais moderna que as tecnologias que tínhamos antigamente. O Mega Bolsa, por exemplo, era uma tecnologia dos anos 1990. Além disso, o PUMA tem desempenho muito melhor que as tecnologias anteriores, chegando a ser trinta vezes mais rápido do que o Mega Bolsa ao processar uma ordem de compra ou venda.

O que muda na vida do investidor? O sistema novo melhora a vida de todo mundo envolvido neste mercado, porque ele melhora não apenas o desempenho e velocidade do sistema, o que interessa diretamente ao investidor de alta frequência (pessoas que investem muito e compram e vendem com frequência e em grandes volumes), mas também melhora a vida do investidor eventual, já que esta é uma plataforma muito mais simples e funcional.

O investidor de alta frequência, que é um tipo de investidor que tem muita sensibilidade à questão da performance e da latência, vai ficar muito satisfeito, pela questão tecnológica e pela velocidade de processamento maior. Mas o PUMA não atende apenas o investidor de alta frequência. Na verdade, ele supre as necessidades de qualquer investidor.

Há mudanças na segurança do sistema? Sim, o Puma introduz novos mecanismos de proteção na variação do preço e da quantidade de mensagens enviadas pelos investidores ao sistema. O sistema anterior tinha três mecanismos de proteção no sistema. Não que isso fosse insuficiente. Se fosse, ele não suportaria todo o desenvolvimento do mercado nos últimos dezesseis anos. Mas o PUMA possui sete mecanismos de proteção de preços, um aumento importante nesse sentido. Esses mecanismos são capazes de interromper temporariamente negociações atípicas. São novas formas do que chamamos de “bandas de proteção”, que deixam o sistema muito mais seguro.

Há um caso famoso, que ocorreu nos Estados Unidos, quando um terminal automático começou a disparar ações de venda freneticamente, por um erro de programação. Esse movimento fez a bolsa despencar instantaneamente e ficou conhecido como Flash Crash. Com as atuais regras de proteção, conseguimos impedir que eventos como esse ocorram no Brasil.

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