Por Silvana Rocha

São Paulo - Na semana em que o Banco Central usou artilharia pesada no câmbio, com a estreia do leilão de compra a termo na última segunda-feira, além da oferta de swap cambial reverso hoje e das compras diárias duplas no mercado à vista, o dólar acumulou queda ante o real de 0,65% no mercado interbancário de câmbio, com a cotação saindo de R$ 1,686 na sexta-feira passada para R$ 1,675 hoje. "De um lado, o mercado reagiu pontualmente com leve ajuste de alta aos leilões do BC e ao cenário externo de aversão ao risco e, de outro, acabou cedendo ao fluxo cambial favorável, que no final pesou mais na definição do preço", avaliou um operador de tesouraria de um banco estrangeiro.

O dólar comercial fechou em alta de 0,30% hoje a R$ 1,675; na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista subiu 0,31% nesta sexta-feira e encerrou o pregão a R$ 1,6749. O euro comercial cedeu 0,09% no dia para R$ 2,275. No câmbio turismo, o dólar recuou 0,17% para R$ 1,767 (venda) e R$ 1,63 (compra); o euro turismo subiu 0,17% para R$ 2,407 (venda) e R$ 2,213 (compra).

O ajuste positivo das cotações hoje no mercado interbancário teve um empurrão do BC em meio à saída de recursos de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo rumo ao exterior e a valorização externa do dólar ante o euro, entre outras moedas. A autoridade monetária anunciou leilão a termo para próxima segunda-feira, fez um leilão de swap cambial reverso e duas operações de compra de moeda à vista. Neste caso, as taxas de corte das propostas foram de R$ 1,6710 e R$ 1,6771 por dólar.

Na operação de swap reverso, o BC ofertou 20 mil contratos, com três vencimentos que totalizavam cerca de US$ 1 bilhão, e vendeu 14.280 contratos, ou um total de US$ 706,6 milhões. Já no leilão para a compra de dólares a termo na segunda-feira, dia 7, os vencimentos são três: 16/02/2011; 23/02/2011 e 9/03/2011. O BC não informa os valores máximos da operação nem os horários dos leilões.

No mercado externo, o dólar manteve-se em alta em relação ao euro, a despeito do sinal dúbio trazido pelo nível de emprego de janeiro nos EUA. A taxa de desemprego caiu, de 9,4% em dezembro para 9% em janeiro, abaixo dos 9,5% previstos, enquanto a criação de novas vagas ficou bem abaixo do esperado, em 36 mil, ante previsões de 136 mil. Na Europa, o euro foi pressionado pela falta de definição da reunião de cúpula da União Europeia sobre soluções para a crise das dívidas.