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Banco Central atua com mais força e dólar fecha em queda ante o real

O dólar recuou 0,52 por cento, a 3,5305 reais na venda, depois de subir 1,30 por cento na véspera, no maior nível em quase dois anos

Dólar: na mínima do dia, a moeda foi a 3,5219 reais e, na máxima, a 3,5677 reais (Ian Waldie/Reuters)
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Reuters

Publicado em 3 de maio de 2018 às 17h11.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 17h20.

São Paulo - Depois de encostar no patamar de 3,55 reais e levar o Banco Central a atuar com mais força no mercado de câmbio, o dólar fechou esta quinta-feira em baixa, ajudado também pelo alívio no mercado externo.

O dólar recuou 0,52 por cento, a 3,5305 reais na venda, depois de subir 1,30 por cento na véspera, no maior nível em quase dois anos e muito perto de 3,55 reais.

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Na mínima do dia, o dólar foi a 3,5219 reais e, na máxima, a 3,5677 reais. O dólar futuro caía cerca de 0,65 por cento no final da tarde.

"O BC mostrou desconforto com o nível da moeda, mas trata-se de um alívio pontual", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na noite passada, o BC indicou que vai ofertar quantidade de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólar es-- superior à necessária para a rolagem integral do vencimento de junho "com o objetivo de suavizar movimentos no mercado de câmbio".

Nessa sessão, vendeu a oferta integral de até 8.900 mil contratos em swaps, somando o equivalente a 445 milhões de dólar es do total de 5,650 bilhões de dólar es que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá colocado 8,455 bilhões dedólares em swaps.

"A alta aqui tem a ver com o dólar no mundo. Por isso o dólar está buscando um novo patamar. Não vejo mais a 3,30 reais", afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves.

Entre fevereiro e abril, o dólar acumulou alta de 10 por cento sobre o real, sendo que só no mês passado saltou 6,16 por cento.

Uma das principais razões para a alta da moeda norte-americana no mundo é a possibilidade de o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevar mais os juros do que o inicialmente previsto, atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

Na véspera, o Fed não mudou sua taxa de juros e expressou confiança de que o recente aumento da inflação para nível próximo à meta de 2 por cento será sustentado. O Fed prevê atualmente mais dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três como possível.

O mercado estará atento a novos números sobre a economia dos EUA, que tem mostrado força. No dia seguinte, serão divulgados números sobre o mercado de trabalho fora do setor agrícola.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas nesta sessão, numa realização de lucros, e também ante parte das moedas de países emergentes, como o rand sul-africano e o rublo.

A cena política local também continuou pesando sobre o mercado, diante das incertezas que rondam as eleições presidenciais de outubro. Os investidores temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa ser eleito.

Venceram nesta quinta-feira 2 bilhões de dólar es em leilão de linha, venda de dólar es com compromisso de recompra, mas o BC não anunciou leilão dessa natureza.

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