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Da Redação
Publicado em 2 de março de 2011 às 09h02.
Por Cynthia Decloedt
Londres - Os contratos futuros do petróleo estão sujeitos a grandes variações hoje, devido à incerteza dos investidores sobre os desdobramentos da crise na Líbia. O mercado ainda busca informações mais claras sobre o impacto real das turbulências sobre a exportação do país. Às 9h42 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em abril do petróleo tipo WTI, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), subia 0,28% para US$ 99,63 o barril. Já o contrato com vencimento em abril do petróleo tipo brent avançava 0,03% para US$ 115,46 o barril na plataforma ICE de Londres.
A Agência Internacional de Energia (AIE) aumentou hoje a estimativa sobre a quantidade de petróleo bruto da Líbia que está fora do mercado. Segundo a AIE, esse número varia entre 850 mil e 1 milhão de barris por dia. No entanto, a agência reiterou que as refinarias europeias parecem ter petróleo suficiente. Normalmente a Líbia produz cerca de 1,6 milhão de barris de petróleo por dia, pouco menos de 2% da produção global. Na semana passada, a AIE havia calculado que entre 500 mil e 750 mil barris por dia estavam fora do mercado.
Ao mesmo tempo, as grandes companhias de petróleo que operam na Líbia anunciaram novos cortes de produção. A Total informou hoje que fechará progressivamente as operações em seu campo de Mabrouk, enquanto a ConocoPhilips anunciou ontem que parou de exportar petróleo em razão das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
Diante da falta de clareza e da constante mudança na situação na Líbia, a volatilidade deve continuar alta, disseram analistas. "Movimentos de US$ 1,00 nos preços no intervalo de uma hora ou duas não parecem muito. Refletem o nervosismo do mercado e a dificuldade em se saber o que realmente está acontecendo", afirmou o analista de petróleo do DnB NOR, Torbjorn Kjus.
Os temores de que os protestos cheguem a outros produtores também continua perturbando os investidores, diante do risco de não ser possível substituir as exportações de outros países além da Líbia. As informações são da Dow Jones.