Bank of America rebaixa as notas dos bancos Itaú e Bradesco
Setor bancário deve crescer um dígito em 2020, ante 20% em 2019. Entre os motivos, está aumento da alíquota da contribuição social sobre lucro líquido
Natália Flach
Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 15h44.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 15h47.
São Paulo - Os analistas do Bank of America (Bofa) estão pessimistas com os bancões brasileiros. Apesar da geração de valor, não deve haver crescimento, o que levou os especialistas a reduzir a nota do Itaú (para abaixo da média do mercado) e do Bradesco (para neutro).
"Estamos ficando mais cautelosos com os grandes bancos brasileiros depois de analisar o setor ao longo de um ano. Enquanto a recuperação econômica está ganhando força e carteira de crédito continua crescendo a dois dígitos, esperamos que o setor cresça um dígito baixo em 2020, ante um crescimento de 20% em 2019", escrevem os analistas Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilondo, em relatório.
Entre os motivos para essa mudança, estão o aumento de 5% da alíquota de contribuição social sobre lucro líquido (CSLL) — que deve reduzir os lucros em 300 pontos base —, e a queda da receita de juros com a decisão de limitar as taxas do cheque especial, o que deve resultar em um recuo de outros 300 pontos base na última linha do balanço.
"Continuamos esperando crescimento de dois dígitos na concessão de empréstimos (principalmente para pequenas e médias empresas). As tarifas devem crescer acima da inflação, enquanto as despesas operacionais devem crescer abaixo da inflação (dado o foco no corte de custos). Também esperamos que o custo de provisionamento deve crescer em linha com a concessão de crédito."