Mercados

Balanços começam a mostrar peso da covid-19 nos bancos dos EUA

Como a expectativa é de queda nas receitas, as empresas têm sido incentivadas pelo órgão regulador a divulgar previsões

Bolsa de Nova York: ações dos bancos caíram ontem após forte alta dos índices na semana passada (Brendan McDermid/Reuters)

Bolsa de Nova York: ações dos bancos caíram ontem após forte alta dos índices na semana passada (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2020 às 06h28.

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 09h04.

A temporada de balanços dos bancos relativos ao primeiro trimestre nos Estados Unidos começa nesta terça-feira. Antes da abertura dos mercados americanos, serão divulgados os resultados do JPMorgan e do Wells Fargo.

Os investidores têm se mostrado receosos – tanto é que as ações do JP caíram 3,16% na segunda-feira, enquanto as do Wells Fargo recuaram 2,95% -, mas os balanços divulgados vão refletir apenas parte da história, afinal o isolamento social só passou a impactar a economia em março.

O Wells Fargo deve divulgar um lucro por ação de 0,33 dólar contra 1,20 dólar no trimestre do ano passado. Já a receita deve registrar queda de 10,5% para 19,35 bilhões dólares.

Por sua vez, o lucro por ação ajustado do JP Morgan deve cair de 2,65 dólares para 2,18 dólares no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a receita deve aumentar 4,2% para 29,6 bilhões de dólares. As estimativas são de analistas ouvidos pelo site Yahoo Finance.

Em sua carta anual, o presidente do JP Morgan, Jamie Dimon, ofereceu uma prévia aos investidores do que eles podem esperar da temporada de resultados.

Dimon acredita que a economia enfrenta uma “recessão” devido à pandemia do coronavírus, no entanto, os ganhos antes de impostos do banco de 48 bilhões de dólares “permitem [à instituição] absorver a perda de receita e os custos mais altos de crédito, que inevitavelmente seguem uma crise”.

Por isso, Dimon acredita que o JP pode ter lucro ao longo do ano mesmo que seus ganhos caiam “significativamente”. Em um “cenário extremamente adverso”, o banco pode considerar suspender o pagamento de dividendos. A instituição tem 500 bilhões de dólares em ativos líquidos e uma linha adicional de 300 bilhões de dólares do Federal Reserve (banco central americano).

Como a expectativa é de uma temporada com receitas comprimidas, a Securities and Exchange Commission, órgão que regula os mercados nos Estados Unidos, tem incentivado as empresas a fornecer projeções para os próximos trimestres, a fim de mostrar que os três primeiros meses do ano serão atípicos, de acordo com a CNBC.

“Na segunda, imperava lá fora um sentimento de incertezas com a temporada de balanços, mas também houve um movimento de realização de lucros. É que semana passada o S&P registrou a maior alta semanal desde 1974”, afirmou Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset. Na segunda-feira, o índice Nasdaq fechou em alta de 0,48%, puxado pelas ações da Amazon que subiram 6%. Já o Dow Jones caiu 1,39% e S&P 500, 1,01%.

Acompanhe tudo sobre:BalançosBancosCoronavírusEstados Unidos (EUA)Exame Hoje

Mais de Mercados

Petrobras cai até 3% com reação ao plano de compra de 40% de campo de petróleo na Namíbia

Ações da Heineken caem após perda de quase US$ 1 bilhão na China

Ibovespa fecha em queda nesta segunda-feira puxado por Petrobras

Entenda por que o mercado ficará de olho no Banco Central do Japão nesta semana

Mais na Exame