Balanços: a crise acabou?
A fabricante de aviões Embraer fecha, nesta sexta-feira, a primeira semana de divulgações de balanços do primeiro trimestre. Das 15 companhias do Ibovespa que já publicaram seus resultados, 12 apresentaram lucros maiores, ou saíram do prejuízo, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica. Parece uma ótima notícia, mas […]
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2016 às 20h59.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h21.
A fabricante de aviões Embraer fecha, nesta sexta-feira, a primeira semana de divulgações de balanços do primeiro trimestre. Das 15 companhias do Ibovespa que já publicaram seus resultados, 12 apresentaram lucros maiores, ou saíram do prejuízo, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica. Parece uma ótima notícia, mas só parece.
Um dos motivos para o lucro é a queda de 10% do dólar no primeiro trimestre, que ajudou as empresas exportadoras. É o caso das fabricantes de papel e celulose, Fibria, Suzano e Klabin, que juntas tiveram um prejuízo de 2 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano passado, mas este ano lucraram 3 bilhões de reais.
“No começo de 2015 essas empresas tiveram prejuízos gigantescos por conta da alta do dólar, agora o cenário se inverteu, mas pouca coisa melhorou na operação”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura. Como a projeção de economistas é que o dólar volte aos 3,80 reais no fim do ano, as boas notícias de hoje podem ter vida curta.
A mineradora Vale também ajuda a turbinar os ganhos de toda a amostra – e também não ofereceu nenhuma garantia de melhora contínua. Ela saiu de um prejuízo de 9,5 bilhões de reais para um lucro de 6,3 bilhões de reais neste ano. Analistas ressaltam que a alta aconteceu principalmente por conta de um aumento no preço do minério de ferro e da demanda na China.“Vai ser difícil manter esse ritmo com as incertezas sobre a economia chinesa”, diz Rafael Ohmachi, analista da corretora Guide.
Enquanto isso, empresas que dependem da economia interna encolheram no trimestre. É o caso da varejista Lojas Renner, que teve queda de 10% no lucro, e do banco Bradesco, com queda de 2%. Sinal de que o Brasil real ainda vai continuar impactando as empresas – e o sobe e desce da bolsa.