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Azul lança oferta de troca de títulos para prolongar vencimento de dívida para até 2030

Empresa diz que já renegociou com 65% dos detentores de bond seniores

Azul companhia aérea (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 13 de junho de 2023 às 10h30.

Última atualização em 13 de junho de 2023 às 13h58.

A Azul (AZUL4) deu mais um passo no reperfilamento de sua dívida. A companhia informou nesta terça-feira, 13, que já renegociou com 65% dos detentores de seus títulos de dívida para trocá-los dos vencimentos de 2024 e 2026 para 2029 e 2030, respectivamente. Em maio, a companhia aérea fechou acordo com 95% dos arrendadores de aeronaves, o que permitiu projetar Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,5 bilhões já em 2023.

Segundo a companhia, os novos títulos contarão com um novo cupom, mais vantajoso do que taxas encontradas atualmente em transações financeiras de empresas de perfil similares, e um pacote de garantia compartilhada de natureza secundária, que permitirá que a Azul utilize este mesmo pacote para celebrar novos acordos de natureza financeira no futuro.

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“Durante o desafiador período dos últimos anos, a Azul foi uma das únicas companhias aéreas do mundo que não recebeu aporte governamental nem buscou o caminho da recuperação judicial para sanar suas dívidas em detrimento de seus parceiros comerciais e investidores. O caminho que escolhemos foi de negociar amigavelmente acordos com todos os nossos stakeholders, garantindo o contínuo sucesso da nossa empresa e gerando resultados benéficos para todos. Assim continuaremos sendo uma das empresas mais rentáveis e das que mais crescem na aviação mundial”, explicou o CFO da Azul, Alex Malfitani, em nota.

Como vai ser o acordo da Azul com os arrendadores

O acordo, que prevê tornar os arrendadores acionistas da empresa, reduzirá os pagamentos de arrendamento daqui para frente em aproximadamente R$ 5,4 bilhões, estima a companhia aérea.A estimativa da companhia é de que todos os contratos de negociação sejam fechados até julho.
A partir dessa data, a Azul fará uma emissão de dívida sem garantia com vencimento em 2030 e com um cupom de 7,5% ao ano. Esses títulos serão conversíveis em ações preferenciais a R$ 36 por ação. As ações estão sujeitas a um período de carência até o segundo semestre de 2024 e serão conversíveis em quatorze parcelas trimestrais, começando no final do período de carência e terminando no segundo semestre de 2027.

O anúncio do acordo preocupou investidores com temor de diluição de suas posições no papel, o que foi parcialmente dissipado após a teleconferência com analistas na divulgação dos resultados do primeiro trimestre. Para minimizar essa diluição, o acordo possui um limite de valor máximo e mínimo. A diluição decorrente do instrumento é estimada em 17,5%.

Ao longo do período de conversão, se entre o segundo semestre de 2024 e o segundo semestre de 2027 o preço de mercado das ações preferenciais da Azul estiver abaixo de R$ 36,00 no momento da medição, a Azul poderá compensar a diferença emitindo ações preferenciais adicionais, ou através de liquidação em dinheiro, ou através de um novo instrumento de dívidas. Se o preço de mercado das ações preferenciais for superior a certos limites, o número de ações a serem convertidas será reduzido e, portanto, a diluição será menor.

*A matéria foi atualizada para correção do título que informava, erroneamente, o ano de 2023 e não o de 2030, conforme descrito no texto.

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