Mercados

As ações nada sexy, mas que trazem retorno

Entenda por que o HSBC aposta nas geradoras de energia

Tractebel e AES Tietê são as mais sexy do setor e a Eletrobras nem tanto (Wikimedia Commons)

Tractebel e AES Tietê são as mais sexy do setor e a Eletrobras nem tanto (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 10h15.

São Paulo – As ações das geradoras de energia fazem parte de um setor que não é muito sexy. Dificilmente as notícias diárias mexem com elas. É um leilão aqui, outro ali. Mas é por isso mesmo que elas são bem vistas por parte dos investidores não muito apegados à montanha-russa da bolsa. Com os contratos já fechados, há pouco espaço para um ano que vem ruim.

“O desempenho das geradoras brasileiras está protegido em 2012 pela estrutura dos contratos do setor, com vendas de longo prazo para o mercado cativo, indexadas à inflação, e duração de quatro a cinco anos dos contratos de clientes livres, em média”, dizem os analistas do banco, Reginaldo Pereira e Eduardo Gomide, em um relatório.

Tractebel e AES

O único ponto que pode afetá-las em 2012 é o preço da energia no mercado livre, por isso o HSBC dá preferência às ações das empresas que têm mais capacidade contratada, como a Tractebel Energia (TBLE3) e a AES Tietê (GETI4). A Tractebel tem apenas 8% de sua capacidade anual não contratada até 2014. Já a AES tem um único contrato que só vence em 2015.

O preço-alvo para a Tractebel foi elevado de 34,50 reais para 36 reais, o que sugere um potencial de valorização de 23% sobre o preço de fechamento de quinta-feira e um pagamento de dividendos de 3,8%. Para a AES, o preço-alvo saltou de 24,50 reais para 25,50 reais. O upside estimado é de apenas 2%. Há, contudo, a expectativa de pagamento de 9,6% em dividendos sobre o capital investido.

Cesp e Eletrobras

Para a Cesp (CESP6) o cenário é de maior incerteza, ponderam os analistas. “Por um lado, a capacidade da empresa estatal está extremamente contratada até 2012, mas, por outro, a renovação dos contratos de concessão relacionados a 70% de sua capacidade instalada depois de 2015 é incerta”, explicam. A expectativa do banco é que as concessões sejam renovadas.

O preço-alvo para a companhia paulista subiu de 30 reais para 33 reais, o que implica em um potencial de alta de 1,1%, mais 5% em dividendos. Os analistas lembram, entretanto, que uma possível privatização elevaria o preço-alvo para 44 reais. O upside saltaria a 34% sob essa condição.

Ao contrário das demais analisadas, a Eletrobras viu o preço-alvo das suas ações cair. A projeção para a ELET6 passou de 27,21 reais para 27 reais e para a ELET3 recuou de 22,80 reais para 18 reais. O potencial de valorização é de 2,7% (mais 6,5% de dividendos) e 4% respectivamente.

“O término dos contratos de concessão depois de 2015 (40% da capacidade de geração e 765 das linhas de transmissão), o crescimento com baixos retornos e ineficiências operacionais nas subsidiárias do grupo justificam o desconto com o qual a Eletrobras deve ser negociada frente a seus pares”, afirmam. Eletrobras é a menos sexy.

Acompanhe tudo sobre:AESAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresCESPEletrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas americanasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHoldingsMercado financeiroServiços

Mais de Mercados

"Alta não é exagerada e dólar pode ir a R$ 6 se o governo não mudar o discurso", diz Alfredo Menezes

Entenda por que o México é um dos principais beneficiados da alta do dólar

Ibovespa fecha em queda com déficit pior que o esperado; dólar sobe e e renova máxima no ano

PCE dos EUA, debate entre Biden e Trump e BTG Pactual (BPAC11): o que move o mercado

Mais na Exame