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As ações brasileiras mais ameaçadas pela crise da Europa

Analistas do Bank of America destacam as empresas mais expostas à crise

Os resultados das exportadoras de commodities podem ser afetadas pelos menores preços (Justin Sullivan/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2011 às 15h33.

São Paulo – As ações das empresas em todo o mundo têm sido afetadas pela maior aversão ao risco dos investidores com os problemas da dívida na zona do euro, mas na América Latina existem preocupações específicas que podem atrapalhar ainda mais o desempenho de algumas delas na bolsa.

Os analistas do Bank of America Merrill Lynch traçaram 4 vias em que a crise pode afetar os papéis na região: exportações mais fracas, menores preços das commodities, preocupações sobre a governança corporativa e um menor acesso a recursos financeiros no mercado de capitais.

“No ponto atual, não acreditamos que esses canais sejam fortes suficientes para justificar uma ação imediata sobre as empresas afetadas. Mas dado o quão frágil é o equilíbrio na Europa, os investidores devem considerar esse roteiro para agir em caso de riscos remanescentes”, destacam Pedro Martins, Renato Onishi e Marina Valle.

A equipe europeia do banco reduziu a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro para 2012 de 0,8% para -0,6%. Os economistas levaram em consideração uma política fiscal mais apertada na região, a desalavancagem bancária e as menores condições de crédito e um alto nível de incerteza sobre a crise das dívidas soberanas.

1 – Exportações

O banco explica que o impacto direto da queda das exportações é limitado. Os embarques dos países da América Latina para a Europa em relação ao PIB correspondem a apenas 16%, sendo o Brasil e Peru os mais expostos (21% do total).

Veja as empresas brasileiras mais expostas às vendas para a região, dentro das analisadas pelo banco:

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EmpresaCódigoExposição
MarfrigMRFG334%
FibriaFIBR331%
IochpeMYPK427%
WegWEGE323%
SuzanoSUZB620%
MetalfrioFRIO320%

2 – Impacto nas produtoras de commodities

Os analistas avaliam que os resultados das exportadoras de commodities podem ser afetadas pelos menores preços, principalmente para o petróleo, papel e celulose.

“Por outro lado, as commodities metálicas e outras estão mais proximamente ligadas às perspectivas das demandas dos mercados emergentes, mais notadamente a China”, dizem.


Para o banco, as brasileiras mais expostas são: CSN (CSNA3), Fibria (FIBR3), Gerdau (GGBR4), MMX (MMXM3), Suzano (SUZB6) e Usiminas (USIM3; USIM5).

3 – Empresas controladas

As companhias que têm o controle europeu também podem ser afetadas pela crise. A controladora pode, por exemplo, solicitar o envio de mais dividendos das subsidiárias, o que pode afetar os investimentos da empresa em seu negócio local. Além disso, sem o apoio externo, elas ficam sozinhas em uma eventual necessidade de capital.

“Vale lembrar que mesmo durante a severa desaceleração econômica após a quebra do Lehman em 2008-2009 não afetou materialmente os planos de crescimento das empresas na América Latina controladas por acionistas americanos ou europeus. A principal razão disso foi que a região iria continua a oferecer altos níveis de crescimento com um risco macroeconômico decrescente”, explicam.

As brasileiras com controle ou acionistas europeus são: AmBev (AMBV4), Pão de Açúcar (PCAR4), Energias do Brasil (ENBR3), Ecorodovias (ECOR3), OHL (OHLB3), Santander Brasil (SANB3), Souza Cruz (CRUZ3), Telefônica Brasil (VIVT4), TIM (TCSL4), Tractebel (TBLE3) e Wilson Sons (WSON11).

4 – Congelamento do mercado de capitais

Os analistas destacam que um calote desordenado na Europa pode levar a uma lembrança de 2008 quando o mercado de crédito literalmente foi desligado. Mas essa não é a expectativa deles, mostra o relatório.

“A América Latina não está exposta a uma crise sistêmica de crédito caso as preocupações sobre as dívidas soberanas e dos bancos escalem na Europa, mas não deve passar sem arranhões”, explicam. A região pode sofrer uma contração significativa nas linhas de crédito.

As companhias que possuem um maior nível de fluxo de caixa livre, e devem ser menos afetadas, são: Telefônica Brasil (VIVT4), Randon (RAPT4) e TIM (TCSL4). As que possuem um menor fluxo livre são: Suzano (SUZB6), MMX (MMXM3), B2W (BTOW3), Log-In (LOGN3), Lupatech (LUPA3), Marfrig (MRFG3), Wilson Sons (WSON11), SLC Agrícola (SLCE3) e Minerva (BEEF3).

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Os analistas do Bank of America Merrill Lynch traçaram 4 vias em que a crise pode afetar os papéis na região: exportações mais fracas, menores preços das commodities, preocupações sobre a governança corporativa e um menor acesso a recursos financeiros no mercado de capitais.

“No ponto atual, não acreditamos que esses canais sejam fortes suficientes para justificar uma ação imediata sobre as empresas afetadas. Mas dado o quão frágil é o equilíbrio na Europa, os investidores devem considerar esse roteiro para agir em caso de riscos remanescentes”, destacam Pedro Martins, Renato Onishi e Marina Valle.

A equipe europeia do banco reduziu a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro para 2012 de 0,8% para -0,6%. Os economistas levaram em consideração uma política fiscal mais apertada na região, a desalavancagem bancária e as menores condições de crédito e um alto nível de incerteza sobre a crise das dívidas soberanas.

1 – Exportações

O banco explica que o impacto direto da queda das exportações é limitado. Os embarques dos países da América Latina para a Europa em relação ao PIB correspondem a apenas 16%, sendo o Brasil e Peru os mais expostos (21% do total).

Veja as empresas brasileiras mais expostas às vendas para a região, dentro das analisadas pelo banco:

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MarfrigMRFG334%
FibriaFIBR331%
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WegWEGE323%
SuzanoSUZB620%
MetalfrioFRIO320%

2 – Impacto nas produtoras de commodities

Os analistas avaliam que os resultados das exportadoras de commodities podem ser afetadas pelos menores preços, principalmente para o petróleo, papel e celulose.

“Por outro lado, as commodities metálicas e outras estão mais proximamente ligadas às perspectivas das demandas dos mercados emergentes, mais notadamente a China”, dizem.


Para o banco, as brasileiras mais expostas são: CSN (CSNA3), Fibria (FIBR3), Gerdau (GGBR4), MMX (MMXM3), Suzano (SUZB6) e Usiminas (USIM3; USIM5).

3 – Empresas controladas

As companhias que têm o controle europeu também podem ser afetadas pela crise. A controladora pode, por exemplo, solicitar o envio de mais dividendos das subsidiárias, o que pode afetar os investimentos da empresa em seu negócio local. Além disso, sem o apoio externo, elas ficam sozinhas em uma eventual necessidade de capital.

“Vale lembrar que mesmo durante a severa desaceleração econômica após a quebra do Lehman em 2008-2009 não afetou materialmente os planos de crescimento das empresas na América Latina controladas por acionistas americanos ou europeus. A principal razão disso foi que a região iria continua a oferecer altos níveis de crescimento com um risco macroeconômico decrescente”, explicam.

As brasileiras com controle ou acionistas europeus são: AmBev (AMBV4), Pão de Açúcar (PCAR4), Energias do Brasil (ENBR3), Ecorodovias (ECOR3), OHL (OHLB3), Santander Brasil (SANB3), Souza Cruz (CRUZ3), Telefônica Brasil (VIVT4), TIM (TCSL4), Tractebel (TBLE3) e Wilson Sons (WSON11).

4 – Congelamento do mercado de capitais

Os analistas destacam que um calote desordenado na Europa pode levar a uma lembrança de 2008 quando o mercado de crédito literalmente foi desligado. Mas essa não é a expectativa deles, mostra o relatório.

“A América Latina não está exposta a uma crise sistêmica de crédito caso as preocupações sobre as dívidas soberanas e dos bancos escalem na Europa, mas não deve passar sem arranhões”, explicam. A região pode sofrer uma contração significativa nas linhas de crédito.

As companhias que possuem um maior nível de fluxo de caixa livre, e devem ser menos afetadas, são: Telefônica Brasil (VIVT4), Randon (RAPT4) e TIM (TCSL4). As que possuem um menor fluxo livre são: Suzano (SUZB6), MMX (MMXM3), B2W (BTOW3), Log-In (LOGN3), Lupatech (LUPA3), Marfrig (MRFG3), Wilson Sons (WSON11), SLC Agrícola (SLCE3) e Minerva (BEEF3).

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