Após queda na véspera, dólar sobe mais de 1% com ansiedade por Previdência
Moeda avançou 1,05% a R$ 3,7527 em sessão de ajuste após cair no pregão anterior
Reuters
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 17h13.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 17h18.
O dólar fechou em alta mais de 1 por cento ante o real nesta quarta-feira, em sessão de ajuste após queda acentuada na véspera e em meio a ansiedade ligada à reforma da Previdência após alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro.
O dólar avançou 1,05 por cento, a 3,7527 reais na venda, após oscilar entre 3,7150 reais e 3,7626 reais.
O dólar futuro tinha alta de 1,1 por cento.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,31 por cento, diante do otimismo no exterior que alimentou apetite por risco.
Com a alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro, o mercado elevou apostas de que a reforma da Previdência começará avançar e cresce a ansiedade para conhecer os termos do texto.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse nesta quarta-feira que o ministro da Economia, Paulo, Guedes deve discutir a reforma com o Bolsonaro já na quinta-feira.
"O mercado financeiro fica de olho agora em como serão os detalhes em relação à reforma", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Apesar das sinalizações de que a pauta poderá começar a caminhar, ainda não há informações suficientes para se desenhar um cenário de médio prazo, o que acaba segurando o investidor, disse o gerente de câmbio da Tullet Prebon, Italo Abucater.
A agência de classificação de risco Moody's avaliou que a reforma da Previdência não deve ser aprovada antes do terceiro trimestre, com a chance de ser adiada ainda mais.
O real operou na contramão das moedas emergentes, uma vez que no exterior o otimismo permanece diante da expectativa de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Pequim.
O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse que as reuniões até agora estão indo bem, com encontros de alto nível previstos para quinta e sexta-feiras.
A Casa Branca disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, avalia opções sobre o prazo 1º de março, data em que termina a trégua e deve haver um aumento de tarifas.
O mercado também observa o impasse sobre segurança na fronteira, com chance de Trump sancionar o acordo de bipartidário de financiamento feito no Congresso.
O BC vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 4,648 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.