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Anbima prevê menos fundos por juro menor e competição

Uma possível diminuição no número de fundos e a mudança na estrutura das carteiras estão em discussão, diz Anbima

Palestra da corretora Souza Barros começa pelos pontos básicos (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

Palestra da corretora Souza Barros começa pelos pontos básicos (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 17h37.

São Paulo - A redução de juros e a competição na indústria de fundos de investimento devem fazer com que bancos e gestoras de recursos reavaliem custos, o que deve gerar uma redução no número dos fundos. A análise é da nova presidente da Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Denise Pavarini, que tomou posse nesta quinta-feira.

Uma possível diminuição no número de fundos e a mudança na estrutura das carteiras estão em discussão, segundo ela, junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o tema está na pauta da Anbima para 2012. "As discussões estão avançando. Miramos o modelo americano, no qual o sistema de fundos é baseado em diferentes níveis de cotas e não em condomínios (vários fundos) como no Brasil", disse Denise, em conversa com a imprensa.

Ela ressaltou, porém, que as indústrias brasileira e americana não são comparáveis justamente por terem sistemas diferentes. Sobre um corte mais expressivo nas taxas de administração cobradas nos fundos, Denise disse que é uma decisão estratégica de cada instituição.


Um fator que pode levar os bancos a cortar mais as taxas, na opinião da presidente da Anbima, é a queda nas receitas, o que ainda não aconteceu entre os bancos que divulgaram números do primeiro semestre. "Se os bancos começarem a perder receita com a gestão de recursos e fundos, vão se adaptar à demanda do mercado."

Desindexação

Questionada sobre a necessidade da desindexação dos ativos aos indicadores da economia (basicamente ao CDI) em meio à queda dos juros, Denise disse que a Anbima deve conversar com o governo sobre o tema. "Temos R$ 850 bilhões em títulos públicos federais nos fundos de investimento. Há um consenso sobre a necessidade de desindexação, mas não queremos causar volatilidade no mercado."

De acordo a presidente da entidade, serão estudados os melhores caminhos para resolver a questão, uma vez que a desindexação é um assunto importante por conta do tamanho da indústria de fundos brasileira, cujo patrimônio líquido quebrou a barreira dos R$ 2 trilhões recentemente.

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