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Analistas devem reduzir projeção para Ibovespa em 2013

Segundo pesquisas, mercado já trabalhava com o cenário de que o Ibovespa fecharia 2013 no vermelho em meados de junho

Visitantes observam preços de ações em monitores da BM&FBovespa, em São Paulo: índice acumula queda de 26 por cento no ano até agora (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2013 às 20h03.

São Paulo - Analistas de bolsa devem anunciar nas próximas semanas nova rodada de redução nas previsões para o Ibovespa , em meio à deterioração das expectativas para a economia brasileira e à expectativa de redução da liquidez nos mercados internacionais.

Em meados de junho, o mercado já trabalhava com o cenário de que o Ibovespa fecharia 2013 no vermelho, segundo pesquisa da Reuters, mas num patamar muito superior ao atual, nos 57.500 pontos.

Para chegar lá, no entanto, o Ibovespa teria que avançar mais de 25 por cento até o fim do ano, hipótese considerada fora de questão por profissionais do mercado. O índice fechou esta quarta-feira nos 45.075 pontos.

Uma casa consultada pela Reuters na última semana reduziu sua estimativa para o Ibovespa no final de 2013, enquanto outras nove citaram que devem cortar as projeções em breve.

"Não tem nenhuma condição de esperar uma recuperação tão grande do índice no curto prazo, o cenário piorou muito desde o início do ano", disse o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.

A casa cortou para 48 mil pontos a estimativa para o Ibovespa no fim de 2013, segundo ele. Em janeiro, a corretora projetava índice a 67 mil pontos no fim de dezembro.

"Hoje, qualquer pessoa em sã consciência colocaria a revisão para baixo. Não estou achando o cenário bom para frente", afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor Corretora, Ariovaldo Santos.

A casa deve cortar sua estimativa para o Ibovespa após avaliar a safra de resultados do segundo trimestre, que tem início em meados de julho e se estende até agosto.

O Ibovespa acumula queda de 26 por cento no ano até agora, de longe o pior desempenho dentre os principais índices acionários globais, com analistas citando a deterioração das expectativas sobre a economia brasileira para explicar a fraqueza acentuada do mercado doméstico.

Expectativas cada vez menores de crescimento econômico, inflação e juros em alta, além do recente enfraquecimento do real ante o dólar e da onda de protestos pelo país no mês passado, devem pesar nos resultados das companhias e seguir pressionando o Ibovespa no curto prazo.


Somado a isso, o mercado passou a trabalhar com um cenário de menor liquidez nos mercados emergentes após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter anunciado semanas atrás que pode começar a reduzir ainda neste ano seu programa de compra de ativos para estimular a economia.

"Pensando nos próximos meses, acho que a dinâmica é negativa", disse o estrategista de pessoa física da Santander Corretora, Leonardo Milane.

"Como estou com uma visão negativa para o nível de atividade no segundo semestre, acredito que o cenário vai continuar desafiador para os investidores", acrescentou, citando também expectativa de uma fraca temporada de resultados corporativos na segunda metade do ano.

"A gente deve revisar o número para baixo, porque estamos com uma tendência de crescimento (do PIB) mais baixo tanto neste ano como no ano que vem", disse o estrategista do segmento de varejo da Ágora e Bradesco Corretora, José Francisco Cataldo.

Fatores negativos específicos a ações com forte peso no Ibovespa --como a desconfiança do mercado com as perspectivas para as companhias do grupo EBX, do empresário Eike Batista, e o tombo da mineradora Vale em meio a preocupações sobre as perspectivas para a economia chinesa-- também contribuíam para projeções piores para o Ibovespa, segundo ele.

O BB Investimentos também deve revisar sua estimativa para Ibovespa em 2013, segundo o gerente de pesquisa Nathaniel Cezimbra. "Vamos esperar os resultados das companhias para fazer a revisão, para ver quais as empresas estão sendo mais afetadas e o que está pesando mais", disse ele.

Apesar do cenário negativo, Cezimbra destacou que a forte depreciação da bolsa brasileira poderia abrir espaço para movimentos de compra, mas apenas em caso de melhora do cenário doméstico.

"A pergunta que o investidor faz é: será que já não ficou muito barato? Algumas empresas caíram muito, mas o nível de incerteza ainda é muito grande. Se houver melhora no cenário e o risco Brasil ceder um pouco, é possível vermos alguma recuperação branda da Bovespa", avaliou.

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Em meados de junho, o mercado já trabalhava com o cenário de que o Ibovespa fecharia 2013 no vermelho, segundo pesquisa da Reuters, mas num patamar muito superior ao atual, nos 57.500 pontos.

Para chegar lá, no entanto, o Ibovespa teria que avançar mais de 25 por cento até o fim do ano, hipótese considerada fora de questão por profissionais do mercado. O índice fechou esta quarta-feira nos 45.075 pontos.

Uma casa consultada pela Reuters na última semana reduziu sua estimativa para o Ibovespa no final de 2013, enquanto outras nove citaram que devem cortar as projeções em breve.

"Não tem nenhuma condição de esperar uma recuperação tão grande do índice no curto prazo, o cenário piorou muito desde o início do ano", disse o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.

A casa cortou para 48 mil pontos a estimativa para o Ibovespa no fim de 2013, segundo ele. Em janeiro, a corretora projetava índice a 67 mil pontos no fim de dezembro.

"Hoje, qualquer pessoa em sã consciência colocaria a revisão para baixo. Não estou achando o cenário bom para frente", afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor Corretora, Ariovaldo Santos.

A casa deve cortar sua estimativa para o Ibovespa após avaliar a safra de resultados do segundo trimestre, que tem início em meados de julho e se estende até agosto.

O Ibovespa acumula queda de 26 por cento no ano até agora, de longe o pior desempenho dentre os principais índices acionários globais, com analistas citando a deterioração das expectativas sobre a economia brasileira para explicar a fraqueza acentuada do mercado doméstico.

Expectativas cada vez menores de crescimento econômico, inflação e juros em alta, além do recente enfraquecimento do real ante o dólar e da onda de protestos pelo país no mês passado, devem pesar nos resultados das companhias e seguir pressionando o Ibovespa no curto prazo.


Somado a isso, o mercado passou a trabalhar com um cenário de menor liquidez nos mercados emergentes após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter anunciado semanas atrás que pode começar a reduzir ainda neste ano seu programa de compra de ativos para estimular a economia.

"Pensando nos próximos meses, acho que a dinâmica é negativa", disse o estrategista de pessoa física da Santander Corretora, Leonardo Milane.

"Como estou com uma visão negativa para o nível de atividade no segundo semestre, acredito que o cenário vai continuar desafiador para os investidores", acrescentou, citando também expectativa de uma fraca temporada de resultados corporativos na segunda metade do ano.

"A gente deve revisar o número para baixo, porque estamos com uma tendência de crescimento (do PIB) mais baixo tanto neste ano como no ano que vem", disse o estrategista do segmento de varejo da Ágora e Bradesco Corretora, José Francisco Cataldo.

Fatores negativos específicos a ações com forte peso no Ibovespa --como a desconfiança do mercado com as perspectivas para as companhias do grupo EBX, do empresário Eike Batista, e o tombo da mineradora Vale em meio a preocupações sobre as perspectivas para a economia chinesa-- também contribuíam para projeções piores para o Ibovespa, segundo ele.

O BB Investimentos também deve revisar sua estimativa para Ibovespa em 2013, segundo o gerente de pesquisa Nathaniel Cezimbra. "Vamos esperar os resultados das companhias para fazer a revisão, para ver quais as empresas estão sendo mais afetadas e o que está pesando mais", disse ele.

Apesar do cenário negativo, Cezimbra destacou que a forte depreciação da bolsa brasileira poderia abrir espaço para movimentos de compra, mas apenas em caso de melhora do cenário doméstico.

"A pergunta que o investidor faz é: será que já não ficou muito barato? Algumas empresas caíram muito, mas o nível de incerteza ainda é muito grande. Se houver melhora no cenário e o risco Brasil ceder um pouco, é possível vermos alguma recuperação branda da Bovespa", avaliou.

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