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ANÁLISE-Conjuntura do petróleo, perto de US$100, difere de 2008

Por Matthew Robinson NOVA YORK, 3 de janeiro (Reuters) - Há cerca de três anos o preço do petróleo disparou, atingindo pela primeira vez a marca dos 100 dólares por barril. Agora, ameaça novamente romper a barreira dos três dígitos em uma onda de otimismo, mas as semelhanças entre 2008 e 2011 terminam por aí. […]

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 17h15.

Por Matthew Robinson

NOVA YORK, 3 de janeiro (Reuters) - Há cerca de três anos o
preço do petróleo disparou, atingindo pela primeira vez a marca
dos 100 dólares por barril. Agora, ameaça novamente romper a
barreira dos três dígitos em uma onda de otimismo, mas as
semelhanças entre 2008 e 2011 terminam por aí.

Mesmo os analistas mais "altistas" apontam uma série de
razões pelas quais o preço do petróleo não chegaria perto dos
150 dólares o barril novamente este ano. Uma disparada no preço
seria um golpe que a economia mundial não está preparada para
conter.

A lista é longa: companhias de petróleo estão investindo em
planos de prospecção antes que os níveis cheguem a um ponto
crítico; o nacionalismo em países produtores diminuiu; o dólar
está mais firme; e a apreensão de que a produção tenha atingido
o pico se reduziu.

As razões mais convincentes, porém, são de fundamentos de
suprimento de curto prazo: há muito mais petróleo em estoque,
muito mais capacidade de produção de combustível em refinarias
em todo o mundo, e muito mais poços de petróleo inativos que a
Opep pode reativar, se quiser, desacelerando uma eventual alta
do mercado, coisa que não podia ter feito três anos atrás.

Os analistas esperam, em média, um ganho adicional de 8 por
cento nos preços em 2011, de acordo com a mais recente pesquisa
da Reuters, embora as condições para uma "superalta" tenham se
dissipado.

"Em um grau substancioso, o petróleo não está na mesma
situação, porque há obstáculos que foram superados na
capacidade de refinamento e produção", disse Edward Morse,
diretor da Credit Suisse.

Ao mesmo tempo, países consumidores acumularam estoques de
petróleo bruto. Os membros da Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm no momento estoques de 60
dias de demanda, comparado com 53 dias em 2008.

A demanda por petróleo subiu 2,2 milhões de barris por dia
(bpd) em 2010, a maior alta em seis anos, e há previsões para
aumento de 1,5 milhão de barris/dia em 2011, de acordo com uma
pesquisa da Reuters.

Embora esse ganhos estimulem o consumo para além dos
recordes anteriores de 2007, o suprimento aumentou muito mais
durante a recessão, depois que uma série de projetos
multibilionários --planejados nos anos do boom anteriores a
2008-- foram realizados.

Membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo
atualmente têm de 5 milhões a 6 milhões bpd de capacidade
ociosa, cerca de três vezes a quantidade que o grupo tinha no
seu ponto mais baixo em 2008, principalmente do maior
exportador, a Arábia Saudita.

Especialistas estão debatendo o preço e as condições para
que a Opep aumente sua produção, mas não há dúvidas de que a
ação controlaria os preços.

"Não é do interesse saudita atrapalhar a recuperação
econômica mundial com um petróleo acima dos 100 dólares", disse
Jan Stuart, economista de petróleo da Macquarie, em Nova York.

O ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi,
reiterou em dezembro que preferia os preços entre 70 dólares e
80 dólares, abaixo do atual nível de pouco mais de 90 dólares.

Nesta segunda-feira, o petróleo fechou no maior patamar em
27 meses em Nova York, a 91,55 dólares o barril.
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