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ANÁLISE-Cautela da Opep pode ajudar petróleo a voltar aos US$100

Opep alerta sobre adição desnecessária de produção Opep ainda tem reserva de capacidade e estoques Posição especulativa de longo prazo é recorde nos EUA Por Barbara Lewis LONDRES, 29 de dezembro (Reuters) - O preço do petróleo superou o valor de preferência da Arábia Saudita, maior exportador mundial, da faixa de 70 a 80 dólares […]

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2010 às 16h39.

  • Posição especulativa de longo prazo é recorde nos EUA

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    Por Barbara Lewis

    LONDRES, 29 de dezembro (Reuters) - O preço do petróleo
    superou o valor de preferência da Arábia Saudita, maior
    exportador mundial, da faixa de 70 a 80 dólares o barril, e é
    improvável que a Opep interrompa o rali, ajudando a preparar o
    terreno para o valor da commodity superar os 100 dólares.

    Em encontros neste mês --uma conferência da Organização dos
    Países Exportadores de Petróleo (Opep) em Quito e conversas
    entre os ministros de petróleo da Arábia no Cairo--,
    petrolíferas decidiram manter os níveis de produção no cartel
    que já duram dois anos.

    Mesmo o preço de 100 dólares --não tão acima dos 91,88
    dólares atingidos nesta semana, a máxima em 26 meses-- não
    seria necessariamente danoso à economia, e não significaria que
    a Opep ampliaria a produção se isso for resultado de mais
    especulação e não de fundamentos de demanda e oferta, segundo
    vêm afirmando ministros e autoridades.

    "Se o petróleo superar os 100 dólares por apostas
    especulativas, a Opep não irá se mexer", disse o
    secretário-geral do cartel, Abdullah al-Badri, neste mês. Ele
    também afirmou que a organização não gostaria de ver os preços
    da commodity tão altos.

    Analistas estão divididos entre aqueles que enxergam
    fundamentos vindos da recuperação da economia, com aumento do
    consumo de combustíveis, e aqueles que se concentram nas
    diferenças entre o mercado relativamente bem abastecido hoje
    daquele de 2008, quando o petróleo bateu sua marca histórica
    perto dos 150 dólares .

    "Ainda precisamos ver se os preços estão respondendo a
    condições climáticas de curto prazo ou à demanda de longo prazo
    e preocupações de política monetária", disse o analista Sadad
    al-Husseini, que já foi importante executivo da petrolífera
    Saudi Aramco.

    "Dados os ainda abundantes estoques de petróleo, não faria
    sentido a Opep reagir sobre o que pode ser uma condição
    bastante transitória", acrescentou.

    Já o Barclays Capital disse em relatório que "o sinal do
    último encontro em Quito foi que produtores ainda estão
    preocupados com o risco de queda da demanda".

    "Na nossa opinião, isso significa que a alta do petróleo é
    mais possível de ser controlada reativamente depois do que de
    forma preventiva", segundo a equipe de análise do Barclays.

    O Barclays estima preço médio do petróleo nos EUA em 2011
    de 91 dólares, previsão que considera "período sustentável
    período" com a commodity sendo negociada acima dos 100 dólares
    em parte do ano.

    Husseini e outros especialistas que acompanham a Opep
    lembram que o preço de referência do petróleo é denominado em
    dólares e que a moeda norte-americana tem enfraquecido .

    "Os preços ainda não chegaram aos 100 dólares por barril e
    não há nada de misterioso em 100 dólares por barril", disse
    ele. "Isso equivale a não mais que 80 dólares por barril com
    base na cotação do dólar em 2005, uma vez que os preços atuais
    são corrigidos pela inflação."

    Em termos nominais, o petróleo subiu 35 por cento da mínima
    atingida em maio e o pico desta semana representa uma alta de
    cerca de 15 por cento frente ao valor do barril no final de
    2009.

    O rali atual ganhou força em setembro, depois que o Federal
    Reserve embarcou em sua última ação de "quantitative easing",
    que motivou a compra de diversos ativos nos mercados
    financeiros.

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