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Amparada em Vale e Petrobras, Bovespa sobe 0,34%

Por Sueli Campo São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo reagiu hoje às medidas de restrição ao crédito anunciadas pelo Banco Central e aos dados fracos de emprego nos Estados Unidos. O índice Bovespa fechou em alta de 0,34%, aos 69.766,09 pontos, após oscilar entre uma baixa de 0,84% e valorização de […]

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 17h49.

Por Sueli Campo

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo reagiu hoje às medidas de restrição ao crédito anunciadas pelo Banco Central e aos dados fracos de emprego nos Estados Unidos. O índice Bovespa fechou em alta de 0,34%, aos 69.766,09 pontos, após oscilar entre uma baixa de 0,84% e valorização de 0,63%. O volume de negócios somou R$ 5,9 bilhões. Na semana, a Bolsa acumulou ganho de 2,25%.

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Não fossem os papéis das empresas líderes, Vale e Petrobras, a Bolsa brasileira teria enveredado pelo caminho de baixa, a exemplo do mercado norte-americano. Vale PNA subiu 0,91% e Vale ON, 1,25%, em parte pela expectativa de aumento do preço do minério de ferro e também pela informação de que o Palácio do Planalto deve dar uma trégua até março de 2011 na guerra que trava com o presidente da companhia, Roger Agnelli. Petrobras registrou no encerramento do pregão ganho mais vistoso. A ação preferencial (PN) avançou 1,18% e a ordinária (ON),1,58%.

Mas o foco principal das atenções hoje na Bovespa foram as ações do setor bancário e do varejo, que amargaram quedas acentuadas, reagindo à decisão do governo de reduzir a oferta de crédito e de exigir mais garantias das instituições financeiras ao fazer empréstimos. As units do Santander caíram 3,30%, segundo pior desempenho do Ibovespa. Segundo analistas, Santander sofre adicionalmente o fato de ser uma instituição espanhola, num momento de muitas dúvidas em relação à solvência fiscal do país. Banco do Brasil ON perdeu 2,66%; Bradesco PN, 2,02% e Itaú Unibanco, 1,54%. No entanto, a percepção é de que esse impacto negativo deve ser passageiro, pois os bancos deverão compensar esse aumento de depósito compulsório com elevação de taxas de juros.

O BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciaram logo cedo que o adicional de compulsório sobre depósitos à vista e a prazo será elevado de 8% para 12% e o compulsório sobre depósitos a prazo aumentará de 15% para 20%. Com essa elevação dos recolhimentos compulsórios, o BC vai retirar R$ 61 bilhões da economia a partir do dia 13. O BC aumentou ainda o requerimento de capital para operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses. O Fator de Ponderação de Risco (FPR) passará de 100% para 150% na maioria das operações de crédito a pessoas físicas com prazo superior a 24 meses.

As ações de construtoras também se ressentiram dessas medidas. Com menos oferta de dinheiro na praça, as empresas podem ter dificuldade em levantar recursos nos bancos para erguer os empreendimentos. Gafisa ON teve baixa de 2,20%; PDG ON cedeu 1,58%; Cyrela ON -1,08% e Rossi ON, 1%.

No varejo, o impacto das medidas deve ser pequeno, avaliam especialistas, até porque os prazos de financiamento são mais curtos. O destaque negativo do Ibovespa foi Lojas Americanas PN, com -2,33%.

Além da surpresa com as medidas de restrição ao crédito, que devem evitar uma elevação de taxa de juro básica (Selic) no curto prazo, os dados de emprego divulgados nos EUA jogaram uma ducha d'água nas expectativas positivas que vinham se formando em relação ao ritmo de recuperação da economia norte-americana.

Foram criadas apenas 39 mil vagas em novembro nos EUA, bem menos do que as 144 mil esperadas por analistas. A taxa de desemprego subiu de 9,6% para 9,8%. O dado assustou os investidores principalmente porque em outubro os números haviam sido animadores, com abertura de 151 mil vagas, um aumento nos postos de trabalho pela primeira vez desde maio, impulsionado pelo setor privado.

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