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Alta da OGX após descobertas na Parnaíba foi exagerada, diz Santander

Banco avalia que mercado precificou o gás encontrado na região a um valor muito alto

Preço-alvo para as ações foi mantido em 25 reais até o final de 2011 (André Valentim/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2011 às 14h36.

São Paulo – O forte salto de 9% das ações ordinárias da OGX ( OGXP3 ) ontem foi exagerado, avalia a equipe de pesquisa do Santander. A companhia registrou ontem a maior alta do Ibovespa após ter apresentado as declarações de comercialidade dos campos Califórnia e Fazenda São José, localizados na Bacia do Parnaíba.

Os analistas Christian Audi e Vicente Falanga explicam que o avanço de ontem não está de acordo com as estimativas do Santander. O preço da ação implica em precificar os recursos da bacia em 22 dólares por barril de óleo equivalente (boe), o que pode ser considerado alto na comparação com operações de fusão e aquisições recentes.

Em maio do ano passado, a chinesa Sinochem pagou o equivalente a 15 dólares por boe por uma participação de 40% da norueguesa Statoil no campo de Peregrino, na bacia de Campos. Audi e Falanga lembram que, neste acordo, tratava-se de recursos relacionados ao petróleo e não de gás.

“Considerando que os recursos declarados recentemente pela OGX são de gás, acreditamos que o valor deveria ser significantemente menor, implicando também que parte desta reação foi aumentada por um movimento de cobertura de posições vendidas”, explica o Santander. Ou seja, os investidores que estavam na posição vendida - apostando na queda da ação - precisaram comprar os papéis para cobrir a operação.

Os analistas do Santander mantiveram o preço-alvo para as ações da OGX em 25 reais por papel até o final de 2011. A cifra representa um potencial de valorização de 66,55% frente a cotação de 15,01 reais vista no fechamento do último pregão. A recomendação é para manter as ações.

Luz no fim do túnel?

Os papéis da OGX ainda não retornaram ao nível anterior ao polêmico relatório sobre as reservas da empresa. No dia 18 de abril, os ativos tombaram 17,25% e caíram 19,65 reais, para 16,26 reais. O documento, realizado pela certificadora D&M (DeGolyer & MacNaughton), elevou as reservas da OGX de 6,8 bilhões para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

O problema é que parte do mercado esperava um número maior, enquanto outra conseguiu enxergar na análise motivos para continuar otimista. Um dos principais pontos observados foi a avaliação dos recursos contingentes e o nível de incertezas atribuído para eles. A D&M utiliza uma escala que vai de 1C (maior probabilidade) até 3C. Além disso, a certificadora conferiu o nome de “delineação” aos recursos entre os considerados contingentes e prospectivos. Os resultados trouxeram mais recursos 3C do que 2C, como era o esperado.

Na visão do Santander, a recuperação de longo prazo para as ações da OGX só será possível caso a companhia cumpra com alguns procedimentos considerados importantes, tais como: estratégia de financiamento, a migração de recursos para as reservas, venda de participação na Bacia de Campos para investidores e a entrega da produção.

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São Paulo – O forte salto de 9% das ações ordinárias da OGX ( OGXP3 ) ontem foi exagerado, avalia a equipe de pesquisa do Santander. A companhia registrou ontem a maior alta do Ibovespa após ter apresentado as declarações de comercialidade dos campos Califórnia e Fazenda São José, localizados na Bacia do Parnaíba.

Os analistas Christian Audi e Vicente Falanga explicam que o avanço de ontem não está de acordo com as estimativas do Santander. O preço da ação implica em precificar os recursos da bacia em 22 dólares por barril de óleo equivalente (boe), o que pode ser considerado alto na comparação com operações de fusão e aquisições recentes.

Em maio do ano passado, a chinesa Sinochem pagou o equivalente a 15 dólares por boe por uma participação de 40% da norueguesa Statoil no campo de Peregrino, na bacia de Campos. Audi e Falanga lembram que, neste acordo, tratava-se de recursos relacionados ao petróleo e não de gás.

“Considerando que os recursos declarados recentemente pela OGX são de gás, acreditamos que o valor deveria ser significantemente menor, implicando também que parte desta reação foi aumentada por um movimento de cobertura de posições vendidas”, explica o Santander. Ou seja, os investidores que estavam na posição vendida - apostando na queda da ação - precisaram comprar os papéis para cobrir a operação.

Os analistas do Santander mantiveram o preço-alvo para as ações da OGX em 25 reais por papel até o final de 2011. A cifra representa um potencial de valorização de 66,55% frente a cotação de 15,01 reais vista no fechamento do último pregão. A recomendação é para manter as ações.

Luz no fim do túnel?

Os papéis da OGX ainda não retornaram ao nível anterior ao polêmico relatório sobre as reservas da empresa. No dia 18 de abril, os ativos tombaram 17,25% e caíram 19,65 reais, para 16,26 reais. O documento, realizado pela certificadora D&M (DeGolyer & MacNaughton), elevou as reservas da OGX de 6,8 bilhões para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

O problema é que parte do mercado esperava um número maior, enquanto outra conseguiu enxergar na análise motivos para continuar otimista. Um dos principais pontos observados foi a avaliação dos recursos contingentes e o nível de incertezas atribuído para eles. A D&M utiliza uma escala que vai de 1C (maior probabilidade) até 3C. Além disso, a certificadora conferiu o nome de “delineação” aos recursos entre os considerados contingentes e prospectivos. Os resultados trouxeram mais recursos 3C do que 2C, como era o esperado.

Na visão do Santander, a recuperação de longo prazo para as ações da OGX só será possível caso a companhia cumpra com alguns procedimentos considerados importantes, tais como: estratégia de financiamento, a migração de recursos para as reservas, venda de participação na Bacia de Campos para investidores e a entrega da produção.

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