Aéreas em alta: privatização pode impulsionar ações do setor, diz analista
Papéis da aviação são destaque de alta no primeiro pregão do ano; perspectivas para a indústria são positivas diante dos novos investimentos, diz Bradesco Corretora
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 17h11.
São Paulo – Com o Ibovespa rompendo o patamar dos 70 mil pontos e em alta de 1,51%, o pregão desta segunda-feira (3), que marca a volta dos feriados de ano novo, traz em destaque as ações do setor aéreo na BM&FBovespa. Os papéis das companhias de aviação estão entre os líderes de alta durante todo o dia e fecharam também no território verde: as ações preferenciais da Gol (GOLL4) subiam 3,23%, negociadas a 25,91 reais; já as ações da TAM (TAMM4) tinham alta de 1,33%, negociadas a 39,48 reais às 18 horas.
Também na manhã de hoje foi noticiada a decisão do governo Dilma de entregar à iniciativa privada a construção e a operação dos novos terminais de passageiros nos aeroportos em São Paulo. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o pacote prevê ainda a abertura do capital da Infraero e criação de uma secretaria para cuidar da aviação civil.
Decolagem já era esperada
A valorização dos papéis, no entanto, não reflete exclusivamente o noticiário do dia. A privatização da Infraero e a parceria com empresas privadas não são novidades e já estão incorporadas no radar do setor, afirma o estrategista Luiz Peçanha, da Bradesco Corretora. “A performance está mais ligada à alta da bolsa e aos resultados otimistas entregues pelas empresas”, explica Peçanha.
No entanto, caso as intenções do governo se confirmem, a sinalização de esforços concretos para o amadurecimento da aviação é positiva para as ações, explica o analista. “As medidas são positivas para os papéis e mesmo esperadas pelo mercado, que é ciente de que o crescimento da indústria depende do desenvolvimento dos aeroportos e sua ampliação”, afirma.
Já o real impacto da construção e operação de terminais em aeroportos ainda não pode ser dimensionado nos fundamentos de TAM e Gol, diz Peçanha. “É cedo para dizer se uma parceria com o governo nos terminais é positiva, sem análise de custos e despesas. O único dado concreto no curto prazo é que o setor vive um excelente momento”, explica o analista da Bradesco Corretora.