Acordo inicial entre China e EUA traz leva de otimismo às bolsas
Os dois países chegaram à primeira fase de um acordo comercial que poderá cancelar um novo embargo de pelo menos 156 bilhões de dólares em produtos chineses
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 06h31.
Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 07h05.
São Paulo — A sexta-feira pode marcar o fim de uma interminável temporada da guerra comercial travada entre China e Estados Unidos . Ontem, os dois países chegaram à primeira fase de um acordo comercial que poderá cancelarnovas taxas sobre pelo menos 156 bilhões de dólares em produtos chineses, que começaria valer a partir do próximo domingo.
A notícia foi recebida com otimismo pelo mercado. O Ibovespa subiu 1,11% e encerrou o pregão de ontem em 112.199,74 pontos. Com o resultado, a Bolsa voltou a bater o recorde de fechamento. Mais cedo, o índice também superou a maior pontuação intradiária ao alcançar 112.444,74 pontos.
O S&P 500, nos Estados Unidos, também fechou em nova máxima histórica. Nesta sexta-feira, a trégua, aliada aos resultados da eleição no Reino Unido, com vitória contundente de Boris Johnson, impulsionou as bolsas. Hong Kong e Tóquio fecharam em alta de mais de 2%, enquanto o índice Stoxx Europe 600 avançava 1,1% até as 7h de Brasília.
Segundo já havia anunciado a agência de notícias Reuters, negociadores americanos ofereceram um acordo aos chineses que reduziria as tarifas já aplicadas e cancelaria o novo embargo do próximo domingo.
De acordo com fontes a par do assunto, a oferta de redução de tarifas foi feita nos últimos cinco dias, e, em troca, os EUA exigiram que Pequim assumisse compromissos firmes como aumentar a quantidade de produtos agrícolas importados, permitir maior acesso ao setor de serviços financeiros da China e proteger a propriedade intelectual norte-americana. Muitos desses pontos devem ser fonte de novos atritos no futuro, mas a bomba de fim de ano foi desarmada.
Em sua conta do Twitter, o presidente norte-americano endossou o sentimento de uma possível trégua. Trump escreveu que os EUA estão “chegando muito perto de um grande negócio com a China”. Semanas antes, o republicano havia afirmado que um acordo comercial entre as potências poderia ter que esperar as eleições presidenciais dos EUA, o que manteria o impasse até o final do próximo ano.
Por enquanto, ainda não há muitos detalhes sobre o acordo obtido entre os dois países, mas o cenário em que ele chega demonstra, por ora, boa vontade em cessar os conflitos – resta saber até quando. “A guerra comercial vai ficar sempre no radar até uma aprovação mais concreta”, diz Luís Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.