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Ações da Positivo são castigadas após mais um fraco resultado

Queda chega a 4,4% nesta quarta-feira e 50% em 12 meses; margem operacional está “insustentavelmente baixa”, diz analista

Forte concorrência fez com que a Positivo Informática reposicionasse seus preços, com notebooks muito mais baratos (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 15h36.

São Paulo – Pressão competitiva e resultados fracos. A Positivo Informática (POSI3) já contou com dias melhores, mas há tempos que não é mais surpresa para o mercado um trimestre com números decepcionantes. As ações ordinárias da companhia são penalizadas nesta quarta-feira (2) em repercussão dos resultados referentes ao ano de 2010. Nesta tarde, os papéis da maior fabricante brasileira de computadores chegaram a cair 4,4%, para 9,29 reais. Nos últimos 12 meses, a queda é de 50%.

A empresa revelou um lucro líquido 25,2% menor em 2010 na comparação com o ano retrasado, chegando a 95,6 milhões de reais. A receita líquida cresceu 7,1% no ano, totalizando o montante de 2,3 bilhões de reais em 2010. O volume de vendas, no ano passado, cresceu 11,3%, registrando 1,980 milhão de unidades de computadores vendidos no período. “A guerra de preço fez com que a Positivo reposicionasse seus preços, com notebooks muito mais baratos”, afirmou o presidente da companhia, Hélio Bruck Rotenberg, em conferência realizada nesta manhã.

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“Apesar dos resultados ruins, estamos felizes, pois o objetivo era recuperar nosso market share”, disse. No quarto trimestre de 2010 a Positivo registrou market share de 15,1% no mercado total, um aumento de 1 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de ano passado. Rotenberg disse ainda que o primeiro trimestre deste ano deve apresentar resultados ruins. Porém, a rentabilidade deve retornar a partir do segundo trimestre.

“Queremos atender o usuário entrante, com computadores mais baratos. Além disso, o tablet é uma nova categoria e estamos nos preparando de uma maneira especial; queremos ser líder desse mercado no Brasil”, afirmou. A analista Luciana Leocadio, da Ativa Corretora, define como negativo o balanço apresentado. “A estratégia de redução de preços, especialmente em notebooks, de modo a acompanhar a prática mais agressiva das concorrentes no varejo, realmente resultou em ganho de market share para a companhia no quarto trimestre, porém a custo de margem operacional insustentavelmente baixa”, avalia.

Luciana espera melhora na rentabilidade nos próximos trimestres, com uma maior racionalidade do mercado. “Porém, acreditamos que os níveis marginalmente históricos, como margem Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 9 a 11%, não serão recuperados”. A analista colocou em revisão sua recomendação e o preço-alvo para as ações da Positivo.

Em linhas gerais, o balanço da companhia foi marcado novamente pela deterioração de margens, com destaque para a forte queda da margem bruta, associando preços médios menores praticados na venda de PCs, mudança no mix de vendas, com elevação expressiva de custos de insumos e pessoal, conforme lembra o relatório da Ativa. A analista Sandra Peres, da Coinvalores, também considera fracos os números apresentados. “Diante disto, mantemos nossa recomendação de manutenção para as ações da Positivo Informática”. O preço-alvo está em revisão.

Recente mudança

No último dia 11 de fevereiro, a Positivo informou que o então diretor vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores, Ariel Leonardo Szwarc, anunciou a renúncia de seu cargo por motivos pessoais. Em substituição, a empresa anunciou Ricardo Fernandes Pereira, que já fazia parte do quadro da companhia como responsável pela área de estratégia e novos negócios.

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