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Ação da B3 tem maior queda no ano com possível concorrência

Arbitragem era o último passo para possibilitar a entrada de um concorrente no mercado de renda variável, diz analista

B3: papéis da empresa eram os de maior queda na Bolsa nesta segunda (Patricia Monteiro/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 11h38.

Última atualização em 23 de dezembro de 2019 às 15h01.

São Paulo - As ações da B3 chegaram a recuar 6,47% no pregão desta segunda-feira (23), após a conclusão de negociação de preço e demais condições para a prestação de serviços de transferência de valores mobiliários (serviços de CSD) com a Americas Trading Group (ATG) para acesso a sua central depositária. A queda foi a mais acentuada dos últimos 18 meses.

Por volta das 14:20, as ações da B3 caíam 5,68% e lideravam as baixas da sessão, enquanto o Ibovespa recuava 0,03%. Vale citar que, no ano, os papéis da B3 acumulam valorização de cerca de 78%.

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"Como resultado desse processo, foi firmado contrato que estabelece as condições para a prestação de Serviços de CSD para o mercado de renda variável por parte da B3", disse em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a B3, entre outras cláusulas, o contrato estabelece Taxa de Transferência de Ativos (TTA) base a ser aplicada pela B3 sobre as transações que processar de 0,26 pontos básicos, sobre o que serão aplicados descontos de acordo com o crescimento dos volumes totais do mercado.

A questão foi solucionada por meio de procedimento de mediação, disse a B3.

Na visão do analista Luiz Azevedo, do Banco Safra, este era o último passo para possibilitar a entrada de um concorrente no mercado de renda variável, no caso, para o segmento Bovespa. A B3 até hoje domina sozinha esse mercado no Brasil.

Para Azevedo, a entrada da ATG no mercado agora "dependerá da sua própria capacidade de se conectar à B3 e conseguir massa crítica de corretoras para operar em sua plataforma".

Fundada em 2010 por ex-executivos da corretora Ágora, a ATG vende serviços de negociação eletrônica na bolsa a corretoras de ações e gestores de recursos, mas ficou mais conhecida dois anos depois quando anunciou planos de criar uma plataforma eletrônica para concorrer com a B3, então BM&FBovespa.

No final de 2017, a ATG conectou-se ao serviço de depositária da B3 e estava ajustando seu sistema de liquidação em preparação para competir no mercado à vista de ações no Brasil enquanto aguardava o resultado da arbitragem.

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