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7 empresas que estão enlouquecendo com o dólar

GOL é umas das empresas mais prejudicadas quando o dólar sobe

Em setembro, o dólar encerrou com a maior valorização mensal dos últimos três anos, subindo 9,26%. Neste mês, a tendência de alta continua (Getty Images/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 15h15.

São Paulo – A recente escalada do dólar não está incomodando apenas quem pretende levar as crianças para a Disney ainda em 2014.

Muitas empresas listadas na Bovespa têm deixado seus acionistas de cabelo em pé, já que o fortalecimento da moeda americana prejudica os resultados operacionais destas companhias.

Em setembro, o dólar encerrou com a maior valorização mensal dos últimos três anos, subindo 9,26%. Neste mês, a tendência de alta continua, com um avanço de 1,5%.

De acordo com Lenon Borges, analista da Ativa Corretora, a GOL é umas das empresas mais prejudicadas quando o dólar sobe. Dólar em alta significa menor geração de caixa na empresa.

“A companhia sofre com o encarecimento do leasing, querosene para aviação e pagamento do serviço da dívida. No final do segundo trimestre de 2014, a GOL apresentava 75,3% da sua dívida em dólar. Quando a companhia adquire combustível para suas operações, ela tem de pagar pelo valor da cotação no Golfo do México em dólares”, explica o analista.

Os papéis da GOL registram queda de 15,8% nos últimos 30 dias.

No caso da Petrobras, Lenon Borges lembra que, como os preços de derivados vendidos no mercado interno não são automaticamente reajustados em relação ao dólar, a diferença sobre a precificação do mercado internacional aumenta quando o real se desvaloriza, intensificando as perdas no segmento de abastecimento.

“Além disso, grande parte do endividamento da Petrobras é denominado em dólar, fazendo com que a valorização frente ao real tenha um efeito contábil negativo nos resultados trimestrais, apesar deste ser parcialmente compensado pela adoção da contabilidade de hedge”, diz Borges.

Em meio às especulações eleitorais e forte volatilidade do dólar, as ações preferenciais da Petrobras perderam 20% em 1 mês.

O setor de varejo também é refém da flutuação cambial, já que muitas empresas importam alguns dos produtos de suas linhas de venda.

“Assim, acreditamos que a principal prejudicada seria a Technos, que possui mais de 50% de seus custos denominados em dólar”, afirma Borges.

Além disso, Hering, Hypermarcas, Lojas Renner e Lojas Americanas também devem sofrer com a apreciação cambial, caso não consigam repassar a elevação de custos para o preço dos produtos, situação que se torna cada vez mais provável, devido a atual fragilidade econômica.

No entanto, a Hypermarcas, por exemplo, destaca em seus informativos ao mercado que utiliza instrumentos de hedge que mitigam tais efeitos cambiais sobre passivos financeiros e fornecedores.

Sidnei Moura Nehme, diretor-presidente da NGO Corretora de Câmbio, disse recentemente aEXAME.com que o dólar tem problemas não solucionáveis a curto prazo.

Para Nehme, a queda do dólar, motivada pelo recente entusiasmo do mercado com Aécio Neves na eleições, é meramente especulativa.

Ele explica que o mercado acredita que o candidato do PSDB é mais propenso a mudar a política cambial, mas isso não aconteceria de imediato. “Isso demoraria, pelo menos, um ano para acontecer”, garante Nehme.

O especialista lembra ainda que, independentemente do candidato que ganhar as eleições, o Banco Central ainda continuará com os contratos de swaps cambiais até que o país consiga se tornar atraente para os investidores externos.

“Se o Banco Central parar de intervir no mercado, a taxa de câmbio vai explodir. Com isso, a expectativa é que em 2015 a cotação do dólar esteja entre 2,50 reais e 2,60 reais. Com a Dilma, ou com o Aécio, finaliza Nehme.”

São Paulo - Um levantamento realizado pela Harvard Business Review apontou os CEOs das empresas que mais trazem retorno financeiro aos acionistas. Entre os 50 primeiros, três brasileiros aparecem na lista, Djalma Bastos de Morais ( Cemig ), Renato Alves Vale ( CCR ) e Carlos Brito ( AB InBev ). Veja o ranking a seguir.

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São Paulo – A recente escalada do dólar não está incomodando apenas quem pretende levar as crianças para a Disney ainda em 2014.

Muitas empresas listadas na Bovespa têm deixado seus acionistas de cabelo em pé, já que o fortalecimento da moeda americana prejudica os resultados operacionais destas companhias.

Em setembro, o dólar encerrou com a maior valorização mensal dos últimos três anos, subindo 9,26%. Neste mês, a tendência de alta continua, com um avanço de 1,5%.

De acordo com Lenon Borges, analista da Ativa Corretora, a GOL é umas das empresas mais prejudicadas quando o dólar sobe. Dólar em alta significa menor geração de caixa na empresa.

“A companhia sofre com o encarecimento do leasing, querosene para aviação e pagamento do serviço da dívida. No final do segundo trimestre de 2014, a GOL apresentava 75,3% da sua dívida em dólar. Quando a companhia adquire combustível para suas operações, ela tem de pagar pelo valor da cotação no Golfo do México em dólares”, explica o analista.

Os papéis da GOL registram queda de 15,8% nos últimos 30 dias.

No caso da Petrobras, Lenon Borges lembra que, como os preços de derivados vendidos no mercado interno não são automaticamente reajustados em relação ao dólar, a diferença sobre a precificação do mercado internacional aumenta quando o real se desvaloriza, intensificando as perdas no segmento de abastecimento.

“Além disso, grande parte do endividamento da Petrobras é denominado em dólar, fazendo com que a valorização frente ao real tenha um efeito contábil negativo nos resultados trimestrais, apesar deste ser parcialmente compensado pela adoção da contabilidade de hedge”, diz Borges.

Em meio às especulações eleitorais e forte volatilidade do dólar, as ações preferenciais da Petrobras perderam 20% em 1 mês.

O setor de varejo também é refém da flutuação cambial, já que muitas empresas importam alguns dos produtos de suas linhas de venda.

“Assim, acreditamos que a principal prejudicada seria a Technos, que possui mais de 50% de seus custos denominados em dólar”, afirma Borges.

Além disso, Hering, Hypermarcas, Lojas Renner e Lojas Americanas também devem sofrer com a apreciação cambial, caso não consigam repassar a elevação de custos para o preço dos produtos, situação que se torna cada vez mais provável, devido a atual fragilidade econômica.

No entanto, a Hypermarcas, por exemplo, destaca em seus informativos ao mercado que utiliza instrumentos de hedge que mitigam tais efeitos cambiais sobre passivos financeiros e fornecedores.

Sidnei Moura Nehme, diretor-presidente da NGO Corretora de Câmbio, disse recentemente aEXAME.com que o dólar tem problemas não solucionáveis a curto prazo.

Para Nehme, a queda do dólar, motivada pelo recente entusiasmo do mercado com Aécio Neves na eleições, é meramente especulativa.

Ele explica que o mercado acredita que o candidato do PSDB é mais propenso a mudar a política cambial, mas isso não aconteceria de imediato. “Isso demoraria, pelo menos, um ano para acontecer”, garante Nehme.

O especialista lembra ainda que, independentemente do candidato que ganhar as eleições, o Banco Central ainda continuará com os contratos de swaps cambiais até que o país consiga se tornar atraente para os investidores externos.

“Se o Banco Central parar de intervir no mercado, a taxa de câmbio vai explodir. Com isso, a expectativa é que em 2015 a cotação do dólar esteja entre 2,50 reais e 2,60 reais. Com a Dilma, ou com o Aécio, finaliza Nehme.”

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