7 empresas listadas na Bovespa que não tem controle definido
As corporations, empresas que tem seu capital pulverizado, são aquelas em que o maior acionista tem menos de 10% das ações
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2012 às 07h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h14.
São Paulo - A maior parte das empresas brasileiras na bolsa tem controle definido, mas na última década essa realidade vem mudando e cada vez mais empresas passam para a categoria de controle difuso. As Corporations, como são chamadas, são empresas listadas em bolsa que não tem acionistas controladores, isto é, que têm seu capital pulverizado. Segundo o critério usado pelo IBGC, empresas de capital pulverizado são aquelas em que o maior acionista possui menos de 10% do capital votante. A varejista Renner foi a pioneira no Brasil, quando, em 2005, a sua controladora J.C. Penney vendeu suas ações no mercado. Hoje, passa por processo inverso e tem como maior acionista a gestora de investimentos escocesa Aberdeen Asset Management, que tem 14,46% das ações. Atualmente, a Bovespa tem sete empresas que se enquadram nessa forma de organização societária: Gafisa, BR Malls, Embraer, Valid Soluções, PDG Realty, Hering e a própria BM&F Bovespa.
Dentre as corporations, a Gafisa ( GFSA3 ) é a que tem o capital mais pulverizado: 99,54% dos papéis da empresa estão pulverizados entre os acionistas. Os maiores acionistas da empresa são os próprios diretores e membros do Conselho de Administração, que juntos têm 0,32% das ações.
Na organização societária da construtora, chama a atenção a participação de pessoas físicas: são 21.030 pessoas investindo na empresa. Já no IPO, em 2007, das 15.560 ações à venda, 13.753 foram compradas por pessoas físicas. Variação em 3 anos: -72,08%
Variação Ibovespa: -14,50%
Na organização societária da construtora, chama a atenção a participação de pessoas físicas: são 21.030 pessoas investindo na empresa. Já no IPO, em 2007, das 15.560 ações à venda, 13.753 foram compradas por pessoas físicas. Variação em 3 anos: -72,08%
Variação Ibovespa: -14,50%
A BR Malls ( BRML3 ) é a maior empresa de shopping centers do Brasil, com participação em 48 empreendimentos. Seus três maiores acionistas são duas gestoras de investimentos Americanos e um britânico: FMR LLC, com 7,84% das ações, Wellington Management, com 5,06% de participação, Schroder Investment Management, com outros 5,03%. Os outros 82,06% estão pulverizados, na maioria, entre pessoas físicas, que são a maior parte dos investidores da empresa. Em seu IPO, em abril de 2007, das 14.518 ações à venda, 13.777 foram compradas por pessoas físicas. Nos últimos 3 anos, ação teve um bom desempenho e acumula alta de 123,04%.
A Embraer ( EMBR3 ) é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Seu maior acionista, com 9,03% das ações em circulação é a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Em seguida aparecem as gestoras de investimentos americanas Oppenheimer Funds com uma fatia de 8,27%, Thornburg Investment Management, com 7,26%, e BlackRock, com 5,13%. Completa a lista dos 5 maiores acionistas o BNDES Participações, com 5,07%. Variação em 3 anos: 75,15%
A Valid ( VLID3 ) Fatua na oferta de produtos e serviços em sistemas de identificação, telecomunicação e meios de pagamento. Seus 4 maiores acionistas são gestoras de investimentos. Duas brasileiras: Rio Bravo e Vinci Partners, com 6,96% e 5,38% de participação, respectivamente. E duas estrangeiras: a escocesa Aberdeen Asset Management, maior acionista com 8,38%, e o Credit Suisse, com 5,64%. Aparecem ainda entre os maiores detentores de papéis, a diretoria e administração da empresa, com 2,74%. Os outros 70,15% estão pulverizados no Mercado. Variação em 3 anos: 160,06%
A PDG ( PDGR3 ) atua no setor de incorporação e construção de projetos, assim como na venda de empreendimentos residenciais, comerciais e loteamentos. 75,98% de seu capital está pulverizado no Mercado. Os 24,02% restantes estão com 2 fundos de investimentos americanos (Blackrock, com 5,96%, e T Rowe Price Associates, com 8,48%) e um brasileiro, o Vinci Partners, com 9,02%. A participação de pessoas físicas é bastante relevante na PDG. São 17.809 investidores nessa categoria, enquanto os investidores institucionais são 2.094 e as pessoas jurídicas 213. Variação em 3 anos: -57,37%
A fabricante e rede varejista de vestuário gaúcha Hering ( HGTX3 ) está listada na bolsa desde 1995, mas foi apenas em 2007, com uma nova oferta de ações, que o capital se pulverizou de vez e a companhia iniciou uma trajetória de crescimento vertiginosa na bolsa de 475% no período. Ivo Hering, herdeiro, ficou com apenas 7% da empresa. A Inpasa tem outros 7% e os fundos BlackRock e Schroder 5% cada. Os 75% restantes estão nas mãos de aproximadamente 5 mil acionistas.
Desde o lançamento das ações, a bolsa brasileira tem uma maciça participação de investidores pessoas físicas. Quando realizou o seu IPO em outubro de 2007, a Bovespa Holding ( BVMF3 ) ganhou 67.914 acionistas, sendo 64 mil individuais. Mais impressionante ainda foi a venda de ações da BM&F um mês depois: 253 mil acionistas. Hoje isso se reflete na estrutura de capital da companhia, resultado da fusão de ambas. A BlackRock tem 5,3% da empresa, a Oppenheimer outros 5% e a Cmeg Brasil mais 5%. O restante está em circulação.
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