6 razões para ficar mais cauteloso com as ações das siderúrgicas
Para o Barclays, investidores deveriam posicionar investimentos no setor de mineração
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2011 às 10h34.
São Paulo – Os analistas Leonardo Correa e Renato Antunes do Barclays adotaram uma postura mais cautelosa com o setor siderúrgico no Brasil: não estão a favor das ações de siderúrgicas e da exposição do setor aos altos preços do aço. Em contrapartida, destacam que as mineradoras são a grande coqueluche do momento.
As perspectivas para o setor siderúrgico até são positivas para os próximos trimestres, mas os riscos de desapontamento com os ganhos das companhias, somado ao fluxo negativo de notícias, poderão desagradar no futuro muitos investidores, destaca o banco. Os analistas apontam seis razões para a cautela sobre o setor siderúrgico. São elas:
1) Momento de alta nos preços globais do aço perde fôlego
Correa e Antunes acreditam que o desaquecimento no avanço dos preços do aço deve dificultar a capacidade do setor siderúrgico brasileiro de aumentar os preços no mercado internacional.
Eles lembram que o estouro nos custos globais do aço, ocorrido entre o último trimestre de 2010 e fevereiro deste ano, foi maior que o esperado. E que desde então houve um desaquecimento, embora os preços continuem ainda em patamares elevados.
2) Valorização inevitável do real
Os analistas lembram que historicamente o setor siderúrgico brasileiro era visto como orientado pela dinâmica doméstica, o que o tornava menos exposto à variação cambial. Agora, contudo, a percepção é de que as empresas do setor sejam entendidas como direcionadas por questões globais.
“Em nossa visão, a tendência de apreciação do real é estruturalmente negativa para as siderúrgicas brasileiras porque o poder de negociação de preços é reduzido e o custo de produção do aço é elevado (em dólares) ”, apontam.
3) Rodada de aumento nos preços do aço está em jogo
Segundo o Barclays, os preços globais do aço começaram a arrefecer, o que - combinado com uma apreciação do real - deve resultar em um menor poder de precificação para a indústria doméstica.
“Desta forma, acreditamos que existem riscos significantes de que a indústria de aços planos falhe na tentativa de implementar a primeira rodada de aumento de preços na ordem de 10%”, aponta o relatório.
Para os analistas, apesar de alguns participantes de mercado terem levantado a possibilidade de um segundo aumento dos preços no segundo semestre, essa possibilidade é bastante improvável.
4) Pressões sobre os custos de produção ainda persistem
O Barclays acredita que poderão haver pressões sobre os custos de produção das companhias siderúrgicas caso a primeira rodada de aumento nos preços do aço não seja totalmente repassada.
Embora a volatilidade das matérias-primas deva persistir, o banco britânico prevê que “os gastos com minério de ferro e carvão de coque, utilizados na produção do aço, seguirão em níveis altos por muitos anos”.
5) Ações são negociadas com valorização exagerada
O setor siderúrgico brasileiro está sendo negociado com um múltiplo de 7,8 vezes o valor das empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), segundo projeções do Barclays. Para 2012, os analistas Correa e Antunes apostam em um múltiplo de 6 vezes o EV/Ebitda, o que demonstra que os papéis das companhias estão sobrevalorizados.
“Ao mesmo tempo em que o setor siderúrgico brasileiro deve se beneficiar do futuro crescimento de infraestrutura no Brasil durante os próximos anos, a queda estrutural nas margens (e no retorno sobre o capital investido) garantirá um prêmio inferior frente aos concorrentes globais”, afirma o banco.
6) Usiminas terá retorno abaixo do custo de capital até 2014
Para o Barclays, a Usiminas deverá ter um retorno sobre o capital investido inferior abaixo do custo de capital até 2014. “A nossa análise sugere que a Usiminas irá gerar um retorno sobre o capital investido entre 5% a 9% entre 2011 e 2014, abaixo da nossa premissa de custo de capital de 11%”, explicam os analistas.
Preferências do Barclays
Entre as companhias do setor siderúrgico brasileiro na qual os analistas do Barclays realizam a cobertura das ações, a Usiminas fica atrás de Gerdau Metalúrgica (GOAU4), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3).
São Paulo – Os analistas Leonardo Correa e Renato Antunes do Barclays adotaram uma postura mais cautelosa com o setor siderúrgico no Brasil: não estão a favor das ações de siderúrgicas e da exposição do setor aos altos preços do aço. Em contrapartida, destacam que as mineradoras são a grande coqueluche do momento.
As perspectivas para o setor siderúrgico até são positivas para os próximos trimestres, mas os riscos de desapontamento com os ganhos das companhias, somado ao fluxo negativo de notícias, poderão desagradar no futuro muitos investidores, destaca o banco. Os analistas apontam seis razões para a cautela sobre o setor siderúrgico. São elas:
1) Momento de alta nos preços globais do aço perde fôlego
Correa e Antunes acreditam que o desaquecimento no avanço dos preços do aço deve dificultar a capacidade do setor siderúrgico brasileiro de aumentar os preços no mercado internacional.
Eles lembram que o estouro nos custos globais do aço, ocorrido entre o último trimestre de 2010 e fevereiro deste ano, foi maior que o esperado. E que desde então houve um desaquecimento, embora os preços continuem ainda em patamares elevados.
2) Valorização inevitável do real
Os analistas lembram que historicamente o setor siderúrgico brasileiro era visto como orientado pela dinâmica doméstica, o que o tornava menos exposto à variação cambial. Agora, contudo, a percepção é de que as empresas do setor sejam entendidas como direcionadas por questões globais.
“Em nossa visão, a tendência de apreciação do real é estruturalmente negativa para as siderúrgicas brasileiras porque o poder de negociação de preços é reduzido e o custo de produção do aço é elevado (em dólares) ”, apontam.
3) Rodada de aumento nos preços do aço está em jogo
Segundo o Barclays, os preços globais do aço começaram a arrefecer, o que - combinado com uma apreciação do real - deve resultar em um menor poder de precificação para a indústria doméstica.
“Desta forma, acreditamos que existem riscos significantes de que a indústria de aços planos falhe na tentativa de implementar a primeira rodada de aumento de preços na ordem de 10%”, aponta o relatório.
Para os analistas, apesar de alguns participantes de mercado terem levantado a possibilidade de um segundo aumento dos preços no segundo semestre, essa possibilidade é bastante improvável.
4) Pressões sobre os custos de produção ainda persistem
O Barclays acredita que poderão haver pressões sobre os custos de produção das companhias siderúrgicas caso a primeira rodada de aumento nos preços do aço não seja totalmente repassada.
Embora a volatilidade das matérias-primas deva persistir, o banco britânico prevê que “os gastos com minério de ferro e carvão de coque, utilizados na produção do aço, seguirão em níveis altos por muitos anos”.
5) Ações são negociadas com valorização exagerada
O setor siderúrgico brasileiro está sendo negociado com um múltiplo de 7,8 vezes o valor das empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda), segundo projeções do Barclays. Para 2012, os analistas Correa e Antunes apostam em um múltiplo de 6 vezes o EV/Ebitda, o que demonstra que os papéis das companhias estão sobrevalorizados.
“Ao mesmo tempo em que o setor siderúrgico brasileiro deve se beneficiar do futuro crescimento de infraestrutura no Brasil durante os próximos anos, a queda estrutural nas margens (e no retorno sobre o capital investido) garantirá um prêmio inferior frente aos concorrentes globais”, afirma o banco.
6) Usiminas terá retorno abaixo do custo de capital até 2014
Para o Barclays, a Usiminas deverá ter um retorno sobre o capital investido inferior abaixo do custo de capital até 2014. “A nossa análise sugere que a Usiminas irá gerar um retorno sobre o capital investido entre 5% a 9% entre 2011 e 2014, abaixo da nossa premissa de custo de capital de 11%”, explicam os analistas.
Preferências do Barclays
Entre as companhias do setor siderúrgico brasileiro na qual os analistas do Barclays realizam a cobertura das ações, a Usiminas fica atrás de Gerdau Metalúrgica (GOAU4), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3).