Brasil

Favelas crescem 95% em 12 anos e concentram 16,4 milhões de brasileiros, aponta Censo 2022

O país tem 12.348 territórios populares do tipo, o que equivale a 8,1% da população

As comunidades estão distribuídas em 656 municípios, uma expansão de 103% em comparação a 2010 (FLORIAN PLAUCHEUR/AFP/Getty Images)

As comunidades estão distribuídas em 656 municípios, uma expansão de 103% em comparação a 2010 (FLORIAN PLAUCHEUR/AFP/Getty Images)

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Publicado em 8 de novembro de 2024 às 11h31.

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O número de favelas e comunidades urbanas no Brasil cresceu 95% nos últimos 12 anos. Segundo dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país possui agora 12.348 territórios populares desse tipo. Em 2010, eram 6.329. Atualmente, 16,4 milhões de pessoas vivem nessas áreas, representando 8,1% da população brasileira.

Em 2010, 11,4 milhões de pessoas residiam em favelas, ou 6% da população do país. O IBGE aponta que esse aumento pode estar relacionado ao aprimoramento da coleta de dados nos últimos anos.

Hoje, as comunidades estão distribuídas em 656 municípios, uma expansão de 103% em comparação a 2010, quando 323 cidades tinham essas áreas mapeadas.

São Paulo lidera em número de favelas

A região Sudeste concentra o maior número de comunidades, com 6.060 favelas, representando 48,7% do total no país. Por outro lado, o Centro-Oeste é a região com menor incidência, possuindo apenas 303 territórios populares (2,5% do total).

O estado de São Paulo lidera em número absoluto de favelas, com 3.123 localidades mapeadas, quase o dobro das 1.724 favelas encontradas no Rio de Janeiro. Em terceiro lugar está Pernambuco, com 849 comunidades. Juntos, esses três estados representam 46,1% do total de favelas do Brasil.

Distribuição populacional nas favelas brasileiras

Em termos de habitantes, os estados com as maiores proporções de sua população residindo em favelas são Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).

De acordo com o IBGE, são consideradas favelas e comunidades urbanas os territórios populares formados por diversas estratégias autônomas e coletivas da população para atender necessidades de moradia, comércio, serviços, lazer e cultura. Essas comunidades geralmente se desenvolvem diante da insuficiência de políticas públicas e investimentos privados para garantir o direito à cidade.

Rocinha lidera entre as favelas mais populosas

Entre as mais de 12 mil favelas no Brasil, a Rocinha, no Rio de Janeiro, é a mais populosa, com 72.021 moradores. Em segundo lugar está Sol Nascente, em Brasília, com 70.908 habitantes; seguida por Paraisópolis, em São Paulo, com 58.527 pessoas e Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus, com 55.821 moradores.

Entre as 20 favelas mais populosas, oito estão no Norte (sete delas em Manaus), sete no Sudeste, quatro no Nordeste, e apenas uma no Centro-Oeste (Sol Nascente). Nenhuma dessas comunidades está localizada na região Sul.

Domicílios em comunidades populares

O Censo 2022 identificou 6.556.998 domicílios em favelas de todo o Brasil, dos quais 5.557.391 (84,8%) são domicílios particulares permanentes ocupados.

A lista das 20 favelas com maior número de domicílios ocupados é ligeiramente diferente das mais populosas. A Rocinha, no Rio de Janeiro, que lidera em número de moradores, também registrou o maior número de domicílios particulares (30.371 unidades).

Já a Sol Nascente, em Brasília, segunda em população, ocupa a terceira posição em número de domicílios (21.889). O segundo lugar em domicílios é da favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, com 23.846 domicílios, a quinta mais populosa do país, com 55.653 moradores.

Em 2022, o Brasil tinha uma média de 2,8 moradores por domicílio. Nas favelas, essa média foi um pouco maior, 2,9 moradores por residência, embora ambas as médias sejam inferiores às de 2010, que registrou 3,3 moradores por domicílio nacional e 3,5 habitantes por residência em favelas.

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