Estudo mostra consolidação do Pix como meio de pagamento (Banco Central/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 31 de maio de 2023 às 10h53.
Última atualização em 31 de maio de 2023 às 11h59.
Lançado em outubro de 2020, o Pix se tornou um fenômeno entre brasileiros, ganhando espaço e substituindo outras formas de pagamentos mais tradicionais. E uma pesquisa realizada pela empresa Capterra mostra que o sistema do Banco Central segue crescendo em termos de confiança e reputação, ajudando na sua consolidação entre a população.
O estudo, que entrevistou 1043 pessoas, indica que a frequência de uso do sistema de pagamentos instantâneos aumentou desde 2021. Naquele ano, 7% dos entrevistados usavam a ferramenta mais de 20 vezes no mês, com 39% usando entre duas e quatro vezes, 32% entre cinco e 10, 10% entre 11 e 20 vezes e 12% com apenas um uso mensal.
Já em 2023, o cenário mudou. Apenas 2% dos entrevistados usam o Pix uma vez no mês. Por outro lado, 25% usam a ferramenta mais de 20 vezes, enquanto 34% usam o Pix entre cinco a 10 vezes, 20% entre 11 e 20 vezes e 19% de duas a quatro vezes.
Para a Capterra, isso mostra que a ferramenta "tem se consolidado como um importante método de pagamento e isso é especialmente perceptível não apenas pela quantidade de chaves ativas, mas também pela frequência com que os usuários empregam o sistema na sua rotina".
"Um dos motivos que podem justificar o aumento da frequência de uso entre usuários é a quantidade de negócios que passaram a aceitar o Pix como forma de pagamento. Estima-se que mais de 42% das pequenas empresas têm o sistema como a principal forma de recebimento de pagamentos; além disso, no e-commerce, o Pix já atinge o segundo lugar como a principal modalidade de pagamento", observa a empresa.
O estudo mostra ainda que o principal caso de uso para o sistema é a realização de pagamentos, citada por 56% dos entrevistados. A segunda aplicação mais citada é de transferências entre contas, mas a Capterra pontua que "dependendo do destinatário, especialmente se não se trata de pessoa física", a operação também pode ser um pagamento.
Sobre o momento em que os brasileiros começaram a usar o Pix, 42% dos entrevistados adotaram a ferramenta já em 2020, enquanto 43% ingressaram no sistema em 2021 e 15%, em 2022. O cenário mostra que "com rápida adesão e ótima reputação, o Pix se consolidou como uma opção de pagamento ao lado de outros sistemas de pagamentos oferecidos por empresas privadas".
Outro aspecto avaliado pelo estudo é a confiança dos brasileiros no Pix. A Capterra destaca que as tentativas de golpe com uso do sistema cresceram 1.200% no primeiro semestre de 2022, e ainda existem "diversos relatos de roubos de dinheiro e transferências ilegais via Pix". Entretanto, isso não parece estar afetando a confiança na ferramenta.
Na verdade, essa confiança aumentou. Questionados sobre a opinião em relação ao sistema nos últimos 12 meses, 58% dos entrevistados indicaram um aumento de confiança, 39% mantiveram o mesmo nível e 3% afirmaram que perderam confiança na ferramenta.
Questionados sobre o motivo para o aumento de confiança, 52% citaram o crescimento na quantidade de negócios que passaram a aceitar o Pix como forma de pagamento. Já 37% citaram os novos recursos adicionados ao sistema, e 34% a criação de medidas para aumentar a segurança da ferramenta por parte do Banco Central.
"Com um quarto dos respondentes usando o Pix mais de 20 vezes por mês, a segurança se torna um elemento-chave para colaborar em manter a boa reputação da plataforma", avalia Marcela Gava, analista da Capterra e responsável pelo estudo.
Os entrevistados também apontaram que as próprias organizações financeiras estão tomando mais medidas para aumentar a segurança da ferramenta, um cenário citado por 77% dos entrevistados. As novidades mais comentadas foram a customização de limites de transação (57%), mais etapas de confirmação de transações (44%) e campanhas com dicas de segurança (43%).
O estudo apontou ainda que, para os entrevistados, a medida considerada mais eficiente para aumentar a segurança no uso do Pix é a implementação de mais etapas de confirmação das transações, incluindo o uso de biometria facial. A medida foi considerada positiva por 78% dos respondentes.
Ao mesmo tempo, 24% disseram que deixariam de usar o sistema caso fossem vítimas de golpes e fraudes. A possibilidade de abandono da ferramenta aumenta em caso de vazamentos de dados, com 48% afirmando que abandonariam o sistema de pagamentos instantâneos.
"Crimes relacionados a golpes ou fraudes podem ser atribuídos a quadrilhas especializadas, o que torna a situação uma questão de segurança pública. Já a questão de vazamentos de dados está ligada às instituições financeiras que oferecem serviço via Pix e sua capacidade de criar mecanismos para impedir que as informações de seus clientes caiam na mão de criminosos digitais", observa a Capterra.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok