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Plataforma com 'Pix tokenizado' ganha desafio do governo federal

Projeto da empresa Mobiup foi um dos ganhadores do "Hackathon Web3: Tokenização do patrimônio da União"

Pix: três anos de sucesso representando 35% das operações de transferência realizadas no Brasil (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

Pix: três anos de sucesso representando 35% das operações de transferência realizadas no Brasil (Rafael Henrique/SOPA/Getty Images)

A empresa Mobiup foi uma das premiadas no "Hackathon Web3: Tokenização do patrimônio da União", desafio promovido pela Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), do Ministério da Economia,, com uma plataforma que permite negociar criptoativos a partir de um "Pix tokenizado".

O projeto foi intitulado "Concessão de Direito Real de Uso” e ficou com o primeiro lugar na categoria Desafio Venda, uma das três que integravam o desafio do governo federal. Ele propôs a criação de um marketplace que permitisse centralizar ofertas de concessão pública.

À EXAME, Rodrigo Caggiano, co-fundador da Mobiup, explicou que a proposta se baseou em outra plataforma desenvolvida pela empresa e já em funcionamento, a ItsRamp. Nela, é permitido negociar tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) usando o chamado Pix tokenizado, criado para simplificar o processo de compra.

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Para ele, a iniciativa "resolve uma dor [dos compradores] pois hoje para participar do lançamento de uma coleção precisa entrar numa corretora, depositar real, comprar a criptomoeda necessária e aí depois fazer um saque para uma carteira digital. A ideia é resolver todos os processos, fazer um Pix".

Uma vez que o Pix é feito, ele é tokenizado, ou seja, é processado por um contrato inteligente. Em leilões, por exemplo, isso permite que todos os lances sejam feitos em real a partir do sistema de pagamento, com registro em um blockchain e retorno dos valores propostos para os perdedores.

Já o lance ganhador é convertido na criptomoeda demandada pelo NFT pelo próprio contrato, tirando a necessidade dos interessados terem moedas ou até carteiras digitais. "Para adotar no mainstream, não pode ficar com criptomoeda, e toda a solução de leilão exige ter criptomoeda", defende.

"A tese de tirar dependência do usuário ter criptomoeda resolve muita dor. Tira um trabalho do usuário", ressalta Caggiano. Ele também aponta outras vantagens, como uma transparência maior devido aos registros no blockchain e facilidade de acompanhamento dos processos de compra.

Além disso, como o Pix é feito em reais, é possível "evitar volatilidade" no processamento de lances com criptomoedas que, muitas vezes, passam por uma variação de valor em pouco tempo. Segundo ele, os dados da empresa apontam que a proposta "consegue trazer pessoas de fora do mercado cripto" para as negociações.

Nesse sentido, a participação no hackathon envolveu levar a plataforma para a área de títulos públicos. Nela, "o Pix tokenizado permite evitar fraude. Sem uma contrapartida, vira bagunça. Um percentual do valor do patrimônio poderia ser passado por Pix para garantir a lisura do processo, um cheque calção".

Caggiano disse que a plataforma já está "pronta" caso o Estado tenha interesse em usá-la: "o hackathon foi muito recente, fomos premiados na quinta-feira, mas vimos um grande interesse. Até porque, o governo já se digitalizou muito recentemente".

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