Future of Money

JPMorgan afirma que empresas podem economizar até US$120 bilhões com CBDCs

O relatório considera uma rede composta por diversas moedas digitais emitidas por bancos centrais do sudeste asiático a fim de melhorar serviços financeiros e economizar bilhões de dólares em custos de transação

Sede do JP Morgan em Londres: funcionários voltam para casa em lockdown  (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

Sede do JP Morgan em Londres: funcionários voltam para casa em lockdown (Dylan Martinez/File Photo/Reuters)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 17h50.

Uma rede de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) poderia ajudar empresas do mundo todo a economizar mais de 100 bilhões de dólares ao ano em custos de transações quando o assunto são os pagamentos transfronteiriços.

É isso que diz um relatório publicado nesta quarta-feira, 3, pela empresa de consultoria Oliver Wyman e o gigante dos bancos norte-americanos JPMorgan, chamado “Desbloqueando 120 bilhões de dólares em pagamentos transfronteiriços”.

O relatório estima que de 24 trilhões de dólares em pagamentos de atacado que circulam entre fronteiras, 120 bilhões de dólares são apenas para cobrir custos de transação; excluindo potenciais custos escondidos em armadilhas de liquidez e compensações atrasadas.

“As CBDCs endereçam os pontos negativos dos pagamentos transfronteiriços e isso é um caso muito convincente”, afirmou Jason Ekberg, sócio da Oliver Wyman, em um comunicado. “Grande parte do processo dos pagamentos transfronteiriços no atacado continua sub-otimizado por conta de diversos intermediários entre os bancos remetentes e destinatários, geralmente resultando em altos custos transacionais, longas esperas por compensações e falta de transparência no status dos pagamentos”.

Conversas sobre CBDCs, causadas pelo avanço das criptomoedas e da tecnologia blockchain, podem ser tanto sobre a emissão para o varejo ou o tipo de transações do atacado, que são o foco deste relatório.

O relatório pontua que existem diversas iniciativas bancárias voltadas para o atacado nos últimos anos, lideradas por empresas privadas, bancos comerciais e bancos centrais, mas nada parecido com uma rede em larga escala de mCBDCs, as moedas digitais emitidas por bancos centrais para o atacado, que estudam a aplicação de uma CBDC para melhorar a infraestrutura financeira a fim de promover o suporte para pagamentos transfronteiriços com diversas moedas.

O relatório utiliza a região do sudeste asiático como um exemplo, abrangendo Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã, operando por meio de um conjunto diverso de 10 moedas e contribuindo com 7% das negociações transfronteiriças globais.

O JPMorgan e a Oliver Wyman sugerem um modelo para a mCBDC ideal que considere o processo de cunhagem e resgate para a conversão e compensação para FX. O relatório também cita novas oportunidades para players do mundo bancário que possam sofrer com a disrupção proposta por uma possível implementação de CBDC.

“O desenvolvimento de CBDCs trazem novas e tangíveis oportunidades, como serviços de assinatura que integram diferentes CBDCs ou serviços de gerenciamento financeiro baseados em contratos inteligentes”, afirmou a head global de sistemas monetários do JPMorgan, Naveen Mallela.

De fato, a divisão Onyx de Mallela esteve envolvida em testes entre França e Cingapura.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBlockchainBruneiCambojaCriptomoedasFilipinasFinançasFrançaIndonésiaMalásiaMercado financeiroTailândiaVietnã

Mais de Future of Money

A importância do seguro para ativos digitais no mercado volátil

Os desafios para a adoção da Web3 no Brasil

Blockchains são "resistentes a monopólios" e "tornam o mundo mais eficiente", diz líder da EY

Mineradores de bitcoin nos EUA estão lucrando mais ao parar de trabalhar

Mais na Exame