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Fundador do Twitter critica Worldcoin, criptomoeda do dono do ChatGPT

Iniciativa de Sam Altman envolve a captura e registro da íris das pessoas em troca de uma recompensa em moeda digital

Worldcoin é um projeto desenvolvido por Sam Altman, CEO da OpenAI (Anushree Fadnavis/Reuters)

Worldcoin é um projeto desenvolvido por Sam Altman, CEO da OpenAI (Anushree Fadnavis/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 24 de julho de 2023 às 17h11.

Última atualização em 25 de julho de 2023 às 11h57.

Jack Dorsey, criador e ex-CEO do Twitter, é conhecido por ser um grande defensor das criptomoedas. Mas, nesta segunda-feira, 24, o executivo compartilhou críticas sobre um novo projeto do mercado cripto: o Worldcoin. A iniciativa é comandada por Sam Altman - CEO da OpenAI - e Alex Blania e lançou oficialmente sua moeda digital própria, a WLD.

O ativo é distribuído de forma gratuita para recompensar as pessoas que aceitarem escanear suas íris e conceder essas informações para o Worldcoin. Segundo Altman e Blania, o objetivo da iniciativa é "criar uma nova identidade e uma rede financeira controlada por todos" a partir desses dados pessoais. Outro uso seria para diferenciar humanos de inteligência artificial.

No último domingo, 23, a empresa anunciou que lançaria no dia seguinte a sua criptomoeda para o público. Em resposta, Dorsey compartilhou o post no Twitter e disse que "em nenhum momento uma corporação ou Estado deve possuir qualquer parte do sistema financeiro global". No dia seguinte, ele compartilhou o anúncio de lançamento e destacou um trecho sobre o projeto que diz que "o Worldcoin é uma tentativa de alinhamento em escala global".

"Fofo", ironizou o criador do Twitter. Em outro post, ele novamente ironizou o projeto, mas desta vez se referindo aos Orbs, máquinas espalhadas pelo mundo - incluindo no Brasil - para realizar os registros de íris. "Visite o Orb ou o Orb vai visitar você", brincou Dorsey. Desde então, ele não falou mais sobre o Worldcoin nas redes sociais.

O projeto de Sam Altman tem sido criticado exatamente por ser uma forma de obter dados pessoais dos usuários, em especial as informações de íris, já que esse é um tipo de registro ainda pouco explorado no mercado. Ao mesmo tempo, o executivo promete que a iniciativa será importante para a diferenciação entre humanos e robôs e para servir como um teste para "uma renda cidadã universal apoiada por inteligência artificial".

Fundador da Ethereum fala sobre Worldcoin

Outra figura importante no mundo cripto que também falou sobre o Worldcoin foi Vitalik Buterin, um dos criadores do blockchain Ethereum. Para ele, a iniciativa faz parte de um sistema de "prova de humanidade", que seriam formas de diferenciar humanos e máquinas conforme a inteligência artificial se torna, em teoria, cada vez mais semelhante com as pessoas.

Ele avaliou que esses sistemas seriam úteis para resolver "problemas de anti-spam e anti-concentração de poder", mas que isso demanda uma descentralização do projeto. Caso o Wolrdcoin consiga fazer isso, ele poderia evitar uma "dependência de autoridades centralizadas e revelaria a menor quantidade possível de informações".

"Não há uma forma ideal de prova de identidade humana", destacou o desenvolvedor. Entretanto, ele disse que "um mundo sem prova de identidade humana parece mais propenso a ser um mundo dominado por soluções de identidade centralizadas, dinheiro, pequenas comunidades fechadas ou uma combinação de todos os três".

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