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É o fim da alta do bitcoin e das criptomoedas? O sonho acabou?

Depois de um período de otimismo, bitcoin e altcoins entram em queda e assustam os investidores. Entenda o que está acontecendo, as perspectivas do mercado e como agir

 (Reprodução/Reprodução)

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Felippe Percigo
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 4 de maio de 2024 às 11h00.

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Ué, espera aí, não era para o bitcoin estar subindo? É a interrogação que está dando nó na cabeça de boa parte dos investidores. Muito se falou no halving como desencadeador de um mercado altista e até agora a moeda só vem corrigindo.

O que tem de errado? Será que dessa vez vai ser diferente?

Na verdade, não tem nada de errado. É de fato o que historicamente acontece. O problema está apenas na janela de tempo que você está observando.

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Quer entender mais detalhes sobre o halving do bitcoin e como impacta o mercado? Eu escrevi uma coluna sobre o tema, que você pode ler aqui.

Com o evento quadrienal, tradicionalmente se segue um ciclo de alta nas criptomoedas, vemos um maior fluxo financeiro para o mercado cripto. Os preços dos ativos sobem.

O halving que precedeu o deste ano rolou em 2020. Olhem o gráfico do bitcoin abaixo (1 vela/barra corresponde ao período de 1 semana) e notem como também existiu uma queda de preço para, na sequência, o mercado engatar uma alta.

Depois do halving de 2020, em 11 de maio, a cripto chegou a subir um pouquinho, mas voltou a cair cerca de 20% em agosto/setembro, disparando sete semanas depois.

O que a gente percebe agora, nessa queda atual, é na verdade uma correção saudável. Se vocês repararem no gráfico a seguir, existe um padrão de correção, nada fora do comum.

No momento, precisamos também atentar a alguns fatores que estão empurrando os preços para baixo. O principal deles é o adiamento no corte da taxa de juros nos EUA, que está retirando liquidez do mercado. Na quarta-feira, 1, o Fed anunciou que decidiu manter as taxas inalteradas em seu nível mais alto em 23 anos. Eram esperados três cortes para este ano, mas, no quadro atual, tudo indica que teremos apenas um.

O gráfico do The Block abaixo mostra o fluxo de capital dos ETFs spot de bitcoin. Ainda na quarta-feira, 1, na data do anúncio, foi registrado o maior volume de retiradas em apenas um dia desde o lançamento dos fundos: US$ 564 milhões, de acordo com informações da Bloomberg.

Não apenas o bitcoin, mas outras criptos também estão sofrendo. O ether é um exemplo. Além do impacto negativo das incertezas econômicas, a cripto nativa da rede Ethereum ainda está sofrendo uma pressão regulatória da SEC, que quer enquadrar o ativo como valor mobiliário.

No momento em que escrevo, o ether está abaixo dos US$ 3 mil. O próximo suporte de preço importante está em US$ 2.500 e ainda existe um mini suporte no US$ 2.900. Acredito que a criptomoeda esteja entrando em um ponto interessante de compra. Se cairmos abaixo dos US$ 2.500, podemos eventualmente voltar a testar o US$ 1.800, mas eu não acho que isso vá acontecer. Na minha visão, volta a subir.

O ether vinha em um movimento deflacionário com a mudança para o mecanismo de consenso PoS (Proof of Stake). Agora, vemos que ele engatou uma nova fase mais inflacionária - a inflação é quando mais ether está sendo criado do que queimado. Vejam o esquema abaixo do site Ultra Sound Money.

À esquerda, o gráfico mostra o fornecimento (supply) de ether em uma janela de 7 dias. Já à direita, conseguimos ver um aumento no fornecimento de mais de 11 mil ETH, resultado da emissão de cerca de 17,5 mil ETH contra uma queima de quase 6,5 mil ETH. Isso significa que ele está inflacionado.

Mas nada que de fato se compare à inflação da época em que o mecanismo era PoW (Proof of Work). O valor do ether não estaria na faixa que está hoje. Ainda assim, ondas inflacionárias como essa de agora refletem no preço no curto prazo. Com mais ether sendo criado do que queimado, a tendência é de queda de preço. Precisamos ficar atentos aos movimentos.

Como se posicionar nesse cenário?

Estão vendo o indicador adiante? É o Altcoin Season Index, que mostra se estamos na temporada de altcoins, um período de crescentes e intensas valorizações nas criptos alternativas ao bitcoin.

Observamos que estamos bem abaixo dos 75%, porcentagem que marcaria uma altseason. Isso significa que altseason é quando 75% ou mais das altcoins (entre o top 50) estão performando melhor que o bitcoin (em uma janela de 90 dias). Atualmente, como destacado na cor preta no eixo de porcentagem, só 39% estão tendo desempenhos melhores do que o bitcoin.

E o que eu estou fazendo? Nesse momento, aproveitando as desvalorizações para acumular algumas altcoins em que eu estava de olho, mas não tinha comprado porque já estavam caras.

O importante agora é ir se posicionando enquanto a "altseason" - período em que as criptomoedas alternativas ao bitcoin estão em alta -  não começa. Assim que ela vier, vamos testemunhar um estouro dos preços. Veremos praticamente todos os ativos subindo no mercado e essa oportunidade não dá para perder. Portanto, preparem-se já!

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