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Bitcoin despenca na Coreia do Sul e Prêmio Kimchi acompanha a queda

Preço do ativo tem queda brusca no mercado sul-coreano e revela que traders possam ter encontrado uma forma de arbitrar bitcoin nas corretoras do país

Bitcoin: derrocada atual é explicada por vários fatos (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Bitcoin: derrocada atual é explicada por vários fatos (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)

Após atingir uma cotação 22% maior do que o preço praticado no mercado internacional, o bitcoin despencou na Coreia do Sul nas últimas 24 horas e fez com que o Prêmio Kimchi fosse reduzido em mais de 50%.

Usualmente chamado de "Prêmio Kimchi" ou "Ágio Kimchi", o fenômeno diz respeito à diferença entre os preços da criptomoeda na Coreia do Sul e no mercado internacional.

Durante a madrugada da quarta-feira (7), o ágio que estava em 22% caiu para 10% quando o bitcoin atingiu a sua mínima diária no mercado internacional (aproximadamente US$ 55,6 mil) e foi negociado nas corretoras sul-coreanas por 68.100.000 KRW, algo próximo a US$ 61 mil.

Coreia do Sul enfrenta retrocesso

 

Com a queda no preço do bitcoin, paralelamente, o ágio também caía. Entretanto, como a cotação do ativo caiu significativamente nas corretoras da Coreia do Sul, o prêmio kimchi despencou rapidamente em poucas horas.

A princípio, existem dois motivos que podem estar por trás dessa queda tão expressiva no ágio. Primeiramente, é possível que traders estrangeiros tenham encontrado uma forma de arbitrar o bitcoin no mercado sul-coreano com sucesso. Isso pode acontecer se negociadores de outros mercados se alinharem com as baleias da Coreia do Sul, realizando a venda de grandes quantias de bitcoin e realizando retiradas no mesmo dia.

O segundo motivo está mais relacionado às altcoins, que ganharam muita força nos últimos dias e sofreram uma grande correção durante a madrugada. Com a saída do capital do mercado das altcoins, os traders também podem ter realizado suas posições em bitcoin e ethereum, contribuindo também com a queda das criptomoedas que tem uma capitalização maior.

Ki Young Ju, CEO da empresa de análise de blockchain CryptoQuant, havia comentado no dia 4, no Twitter, sobre a possibilidade de uma bolha no mercado sul-coreano de criptoativos, especialmente por conta dos altos níveis no Prêmio Kimchi.

"Parece que alguém finalmente descobriu como arbitrar essa oportunidade criada pelo prêmio Kimchi. O volume de negociação em 30 minutos na UpBit Global, a maior corretora coreana, foi maior do que na Binance. Essa queda parece estar relacionada ao retrocesso do Kimchi. Uma evidência da arbitragem: Na Bithumb, uma das maiores corretoras da Coreia, a média de entrada de bitcoin tem aumentado enquanto todas as bolsas estão diminuindo. Parece que algumas baleias estão depositando bitcoin nas bolsas coreanas", disse Ki Young Ju em uma atualização sobre o prêmio kimchi, em seu Twitter.

Na última semana, a Ripple (XRP) foi uma das criptomoedas que teve o volume de negociação mais alto no mercado sul-coreano, atingindo o patamar de 1 dólar pela primeira vez nos últimos três anos. Com sua queda nas últimas horas, é possível que o sentimento em torno de outros criptoativos também tenha piorado, fazendo com que o prêmio fosse reduzido.

 

Possível sinal de topo?

 

Quando o prêmio kimchi despencou em 2017, em poucos dias, o bitcoin caiu mais de 50%.  Dessa vez, o preço do ativo caiu aproximadamente 5,3%, atingindo US$ 55,6 mil e começou a se recuperar desde então.

Entretanto, ao contrário do que foi em 2017, dessa vez o interesse institucional é muito maior e aparentemente, a ideia de utilizar a criptomoeda como uma alternativa ao ouro como reserva de valor já está se tornando realidade. Em seu relatório mensal, a Bloomberg expressou um tom otimista sobre o ativo, afirmando que o bitcoin deve substituir o ouro e que pode alcançar a marca de US$ 400 mil ainda este ano.

 

 

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