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Estudo aponta mais de R$ 4 bilhões de gastos com lesões aos clubes da Europa

Foram consideradas mais de 4 mil lesões durante as principais ligas na temporada passada

Futebol: A relevância do euro no futebol brasileiro fica absolutamente clara quando o Botafogo comprou, em março deste ano, o Patrick de Paula ao Palmeiras por 6 milhões de euros (Fernando Torres/CBF/Agência Brasil)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 17h24.

Um estudo divulgado pela seguradora Howden, divulgado nesta semana, aponta um prejuízo bilionário aos clubes europeus, de 732 milhões de euros (mais de R$ 4,5 bilhões) somente com lesões de jogadores nas principais ligas disputadas na temporada 2023/24.

"Em um calendário cada vez mais repleto de partidas, os atletas enfrentam uma sobrecarga física constante, com menos tempo para recuperação entre os jogos, o que aumenta o risco de lesões musculares. A fadiga se acumula, afetando a coordenação e a execução dos movimentos, e, em muitos casos, ainda há o retorno precoce após as lesões, sem respeitar o período necessário, por conta da necessidade do resultado esportivo, o que só piora a situação. Com competições internacionais sobrepostas e viagens frequentes, o planejamento físico ideal se torna quase impossível, criando um cenário onde o corpo não consegue se regenerar adequadamente", analisa Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte que é pós-graduada em Fisioterapia Traumato-ortopédica e Fisiologia do Exercício, com mais de 20 anos de atuação no futebol.

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Foram contabilizados 4.123 casos de lesões em cinco países e 96 clubes: Bundesliga (Alemanha), LaLiga (Espanha), Ligue 1 (França), Premier League (Inglaterra) e Serie A (Itália). Isso representa um aumento de 4% em relação a 2022-23, e 37% a mais do que em 2020-21.

Entre as ligas, a que mais somou lesões foi a Bundesliga (Alemanha), com 1.255 casos, representando mais de 30% do total entre as cinco ligas analisadas. Já a competição que pagou a maior quantia aos atletas machucados foi a Premier League: 318 milhões de euros (cerca de R$ 1,9 bilhões).

"É razoável assumir que número de lesões musculares cresce gradativamente, não somente por conta do número de jogos, mas pela maior exigência de esforço nos jogos. É evidente e atestado com dados que o número de ações e distâncias percorridas em alta e altíssima velocidade, a máxima que atletas podem atingir, cresce ininterruptamente faz pelo menos duas décadas, e esse movimento foi inevitável, dada a necessidade de se vencer jogos, que é o que faz do esporte ser o que é. Também observamos um vetor contrário, que é o do enorme e contínuo desenvolvimento do trabalho de prevenção de lesões, e de recuperação dos atletas. Hoje, um número cada vez maior deles se alimenta e suplementa melhor, dorme mais e melhor, com monitoramento das suas especificidades, e com exercícios que não se resumem ao ganho de força, mas também de flexibilidade, agilidade e mais inteligentes", complementa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

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