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Cada vez mais valorizada, Premier League abre temporada com maior investimento do futebol mundial

Clubes do futebol inglês investem mais de 1,5 bilhão de euros em contratações; Especialistas elencam motivos para explicar sucesso do campeonato

( Simon Stacpoole/Offside /Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 16 de agosto de 2024 às 14h32.

Nesta sexta-feira, 16, o jogo entre Manchester United e Fulham, em Old Trafford, vai abrir a temporada 2024/2025 da Premier League. Reconhecido como o principal do planeta, o campeonato inglês é destaque pela qualidade das partidas e pelas cifras bilionárias que movimenta, seja na contratações de grandes jogadores ou pela presença de clubes ricos e poderosos.

O relatório anual realizado por analistas da Football Benchmark, publicado em maio de 2024, aponta que seis dos dez clubes mais valiosos do mundo são da Inglaterra. Todos do grupo chamado Big-Six - Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham - têm valor de mercado superior a 3 bilhões de euros e cotações somadas de 23,86 bilhões de euros. Outras três equipes do país estão presentes no top-30, sendo West Ham em 16º, Aston Villa em 21º e Everton em 25º.

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Já a análise da Deloitte Football Money League mostra que a receita dos 20 clubes da elite inglesa alcançou cifras recordes na temporada 22/23, chegando à marca das 6,1 bilhões de libras. A estimativa dos analistas para esta temporada é de que a quantia quebre essa marca e supere os £6,38 bilhões.

A rentabilidade dos times ingleses é impulsionada por fatores como os direitos de transmissão. Na Premier League, os novos contratos televisivos domésticos, válidos de 2025 a 2029, levarão a uma arrecadação de 6,7 bilhões de libras no período, enquanto o pacote internacional poderá igualar ou superar o valor.

“Em qualquer país, a venda dos direitos de transmissão representa fator significativo para impulsionar a capacidade de investimento dos clubes locais. Na Inglaterra, esse processo tem sido realizado com muito sucesso, com uma liga muito bem estabelecida. Não deixa de ser uma inspiração para o atual momento que vivemos no Brasil, em que buscamos um ganho interessante em comparação com o ciclo que se encerra neste ano de 2024”, destaca Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza e presidente da Liga Forte Futebol.

O protagonismo da Premier League também é evidente nas redes sociais. O perfil oficial, que costuma trazer conteúdos com os principais nomes da competição, é o maior dentre os principais campeonatos europeus. No Instagram, a página ostenta 75 milhões de seguidores, superando La Liga (49,6 milhões), Bundesliga (15,6 milhões), Serie A (11,1 milhões), Ligue 1 (5,3 milhões) e a Liga Portugal (729 mil). Somadas também as contas de Facebook, X e TikTok, a conta do campeonato inglês alcançam 194,3 milhões de fãs.

A popularidade dos times é notada também nas redes sociais, uma vez que cinco representantes da Premier League estão entre os dez clubes mais populares nos principais aplicativos (Facebook, X, Instagram e TikTok), segundo levantamento do CIES Football Observatory. Os integrantes do Big Six somam mais de 800 milhões de seguidores nas quatro plataformas.

Na visão de Fábio Wolff, que há 28 anos presta consultoria e auxilia no planejamento, estratégia, desenvolvimento, criação e ativação do marketing a empresas no segmento esportivo, a Premier League é a liga mais forte do mundo no quesito técnico, econômico e de posicionamento estratégico. “A presença de grandes estrelas e nomes de jogadores midiáticos também contribuem muito para o sucesso da Liga. O campeonato sobe de patamar em termos de nível técnico e também atrai maior audiência internacional” completa Wolff.

Para Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, a Premier League apresenta muitas credenciais que chamam a atenção das marcas. “É uma liga muito sólida e que trata muito bem o seu produto. Todos os atletas sonham em jogar lá um dia. Alguns dos principais astros do futebol estão por lá. Os estádios são lotados, as torcidas bastante ativas, e os clubes se atentam muito para a importância de oferecer entretenimento para além da competição esportiva. São oferecidas diversas oportunidades comerciais e de marketing para as marcas, ativações criativas, um conceito de match day bastante estabelecido e grande cobertura da mídia local e mundial. Aliar um produto a uma competição tradicional e, ao mesmo tempo, cada vez mais inovadora se torna algo atrativo para qualquer marca”, explica.

Devido ao alto faturamento da liga, a premiação revertida aos clubes também é generosa. O Sheffield United, lanterna da última edição, recebeu £103,6 milhões (R$725 milhões). Apenas o Real Madrid, campeão espanhol, recebeu valor maior nas quatro outras principais ligas europeias. O Manchester City, que faturou £170 milhões (R$1,189 bilhão) pelo título inglês, recebeu mais que os campeões na Alemanha (Bayer Leverkusen, R$480,7 milhões), França (PSG, R$300,5 milhões) e Itália (Inter de Milão, R$601 milhões).

Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa do rapper norte-americano Jay-Z, e que agencia a carreira de Gabriel Martinelli, do Arsenal, enumera as razões do sucesso da competição: “O principal motivo é quanto dinheiro os clubes recebem. O segundo, quanto desse dinheiro destinam aos atletas. E depois, quanto desse dinheiro destinam a promoção, estruturação e organização da liga. Mais dinheiro para atletas, atrai os mais qualificados. Mais dinheiro para a organização, atrai os melhores gestores”, conclui.

Segundo o "Transfermarkt”, site especializado em transferências, os clubes da Premier League já gastaram mais de 1,5 bilhão de euros (R$9 bilhões) em contratações. Até agora, é a liga que fez o maior investimento na atual janela de verão. Os outros dois campeonatos com mais gastos em reforços, o italiano e o alemão, investiram 681,4 e 506,5 milhões de euros, respectivamente. A soma chega a €1,187 bilhão (R$7,13 bilhões), denotando que os dois juntos ainda não conseguem superar os números praticados na Inglaterra.

Só o Chelsea já investiu mais de um bilhão de reais nesta janela. Ao todo, os blues trouxeram 11 jogadores, sendo o último deles o ponta-esquerda Pedro Neto, contratado do Wolverhampton por 60 milhões de euros (R$360,5 milhões).

O Brasil contará com sete estreantes na liga inglesa em 24/25: Savinho, Igor Thiago, Luís Guilherme, Pedro Lima, Carlos Miguel, Welington (se apresenta em dezembro ao Southampton) e Juan. O total de jogadores brasileiros na liga chega aos trinta, quantidade que pode aumentar ou diminuir a depender das movimentações no mercado. Além deles, o jovem Estêvão, de 17 anos, adquirido pelo Chelsea por um valor que pode ultrapassar as cifras de 360 milhões de reais, chega aos Blues na próxima temporada, quando completar 18 anos.

Na parte de infraestrutura esportiva, os especialistas também posicionam a Premier League como referência. “O estádio do Tottenham, por exemplo, possui inúmeras inovações tecnológicas. Foi instalado um gramado retrátil para que o clube também receba jogos da NFL. É uma estrutura moderna e que possibilita a geração de novas receitas”, finaliza Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada em pisos esportivos e que atua há 45 anos no mercado.

Transferências nessa janela (por liga):

Valor de mercado:

6 dos 10 times com maior valor de mercado do mundo são da PL, todos com valor maior que 3 bilhões de euros (big-6 - City em 2º, United em 3º, Liverpool em 5º, Tottenham em 7º, Chelsea em 9º e Arsenal em 10º)

9 dos 30 são da PL (West Ham em 16º, Aston Villa em 21º e Everton em 25º)
Representam 44% do valor de mercado somado desse recorte

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