Após acordo da UE, preço para emitir carbono deve subir ainda mais
Com a aprovação do acordo que prevê metas mais agressivas para a redução da poluição até 2030, os custos das emissões serão maiores para as empresas
Bloomberg
Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 17h22.
Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 17h38.
O custo das emissões de carbono deve subir ainda mais, ultrapassando o recorde de sexta-feira, depois que líderes da União Europeia endossaram a proposta mais ambiciosa até agora para reduzir a poluição.
Líderes do bloco de 27 paísesapoiaramuma meta mais agressiva de redução de emissões para 2030 e aprovaram um pacote de estímulo de 2,2 trilhões de dólares, quase 30% dos quais serão gastos em projetos relacionados ao clima.
A mensagem de autoridades para milhares de empresas do Sistema de Comércio de Emissões da UE é clara: troquem os combustíveis fósseis por energia mais limpa, porque os limites de poluição ficarão cada vez mais rígidos. Isso provavelmente aumentará o custo das licenças de emissão de carbono acima do recorde de 31,30 euros a tonelada alcançado na sexta-feira, após o acordo ter sido fechado.
“Estamos otimistas para 2021”, disse Trevor Sikorski, chefe de pesquisa de gás natural e carbono da Energy Aspects, em Londres. “Esperamos que o preço aumente para até 40 euros até ao final do ano.”
Analistas da BloombergNEF disseram que o preço de 40 euros pode ser atingido em meados da década de 2020. O preço das licenças de carbono fechou em queda de 1,2% para 30,53 euros na sexta-feira.
A UE irá propor medidas detalhadas sobre como alinhar o mercado de carbono com o projetoGreen Dealno próximo ano. As medidas serão anunciadas após o programa entrar em uma nova fase de comercialização em janeiro, marcada por uma oferta já mais restrita de licenças.
Os limites para poluição diminuem a cada ano, obrigando emissores a investir em fontes de energia renováveis e tecnologias mais limpas. De acordo com o Green Deal, a eliminação dos combustíveis fósseis terá de ser acelerada significativamente para que a Europa cumpra seu objetivo de alcançar a neutralidade climática em meados do século.
Até 2030, os líderes da UE querem que a região aumente as reduções de carbono para pelo menos 55%, em comparação com a meta atual de 40%.