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Pais estão buscando ser menos machistas e mais carinhosos, diz pesquisa

Pesquisa o "Retrato da Paternidade no Brasil", encomendada pelo Boticário e conduzida pela Grimpa, revela o impacto da paternidade na educação de crianças brasileiras

Pais brasileiros entrevistados em pesquisa do Boticário e Grimpa afirmam ter reduzido a fala rotineira de frases consideradas machistas após a chegada dos filhos (//Getty Images)

Marina Filippe

Publicado em 20 de julho de 2022 às 07h00.

Alguns pais estão se esforçando para uma criação de filhos sem esteriótipos machistas, é o que revela o "Retrato da Paternidade no Brasil", estudo inédito encomendado pelo Boticário, e conduzido pela Grimpa, consultoria de pesquisa de mercado e consumo.

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Ao ouvir mil pais de todas as regiões do Brasil, o estudo que servirá como base para a campanha de Dia dos Pais do Boticário, traz uma perspectiva sobre o impacto da paternidade na educação de crianças e das transformações de padrões e comportamentos contemporâneos.

Os dados revelam que pais brasileiros entrevistados afirmam ter reduzido a fala rotineira de frases consideradas machistas após a chegada dos filhos – a expressão “seja homem” teve uma redução de 50%, enquanto “menino não chora” registrou queda de 36%. A revisão de atitudes também pode ser percebida em outro dado: 56% dos entrevistados afirmam que consideram muito importante ser um exemplo positivo para os filhos.

Os entrevistados também afirmam estar mais preocupados na abordagem de temas como gênero e assédio. Assim, 69% relatam que explicam aos filhos que as diferenças sociais entre homens e mulheres existem e que temos que ser cuidadosos para minimizá-las.

Além de traçar os perfis dos pais brasileiros, a pesquisa mapeou desafios e caminhos para a consolidação de uma nova paternidade – mais participativa e afetiva, que de acordo com os dados obtidos, aponta para a construção de um legado por meio do exemplo, da educação e relação de afeto e amor entre pai e filho.

Entre os indicadores está a menção do pai como figura masculina mais importante e, para 62% destes, a escolha é motivada pela transmissão de ensinamentos essenciais para a vida. Além disso, para mais da metade dos pais ouvidos, 57%, a educação recebida deve ser passada da mesma forma aos filhos.

Quando o tema é conexão e afeto, 62% dos pais entrevistados alegam que, sempre que possível, têm o hábito de beijar, abraçar e fazer carinho nos filhos; 59% diz conversar sobre escolhas e consequências de ações; e 57% declara que tem como hábito dizer frases amorosas e encorajadoras.

Os dados indicam maior participação e envolvimento emocional acerca do paternar, mas um quarto dos pais, 25%, ainda têm dificuldade de falar sobre a educação dos filhos com outras pessoas, seja porque não sente necessidade (68%), seja por não se sentirem à vontade (32%).

Diante das transformações sociais, Marisa Camargo, diretora de pesquisa da Grimpa, afirma que é indispensável refletirmos sobre essa tendência à manutenção de ideias e comportamentos, transmitidos por gerações. "No mundo onde os desafios acerca da educação são muitos, é necessário trazer o pai para o centro dessa discussão. O estudo mostra uma preocupação genuína dos novos pais em deixar um legado positivo e consciência que a própria paternidade tem o poder transformador”.

Alguns dados apontam para desafios futuros partindo do retrato mais atual da paternidade e educação no Brasil. Enquanto 56% dos entrevistados declararam acreditar ser um ótimo pai para os filhos, apenas 27% afirmam que quer que seus filhos sejam felizes, mesmo que fuja daquilo que idealizou.

Ao mesmo tempo, os resultados apontam a ressignificação de alguns estereótipos acerca do papel do pai: apenas 9% dos entrevistados se declaram “pai provedor”, ou seja, que tem como principal responsabilidade garantir o sustento dos filhos; metade, 50%, consideram-se “pai participativo”, que acompanha as etapas do desenvolvimento do filho e está sempre disponível. O dado também é expressivo quando os respondentes são perguntados sobre corresponsabilidade: 90% acredita que os cuidados diários e a educação devem ser igualmente divididos entre os responsáveis.

"Quando mapeamos as oportunidades de conversa com os pais entendemos que existem novos dilemas sobre a paternidade. A partir disso, buscamos o aprofundamento nesta pesquisa, que traz um retrato da realidade da paternidade no Brasil e que foi encomendada justamente para identificarmos os principais desafios. A pesquisa é uma entrega da marca para a sociedade e permite reflexão para temas atuais que, consequentemente, são de interesse público”, diz Marcela de Masi Nogueira, diretora de comunicação e marca do Boticário.

Paternidade no Grupo Boticário

Para a executiva, a marca tem o intuito de valorizar e celebrar a paternidade participativa e estimular, também, que os pais assumam um papel cada vez mais ativo e afetivo na educação de seus filhos. Além de tema central da campanha, paternidade e educação são um compromisso interno trabalhado de forma estruturada.

“Em 2021 nos tornamos uma das primeiras empresas do Brasil a oferecer a Licença Parental Universal, independentemente de gênero ou configuração familiar: são 180 dias para mães ou pessoas que gestam e 120 obrigatórios para pais não gestantes. A iniciativa fortalece os nossos compromissos pela diversidade, inclusão e equidade de gênero. E, claro, representa um passo importante para uma sociedade mais igualitária”, diz Marcela.

A pesquisa reuniu respostas de mil homens com acesso à internet, das classes A, B e C, de todas as regiões do Brasil, com filhos de 5 a 15 anos. "Participaram pais de 25 a 55 anos, cuja visão revelou a emergência de uma paternidade com novos valores e atitudes. Pais das gerações Millenial e X identificam-se com uma paternidade participativa com mais expressão de afeto e diálogo, bem como a consciência do seu papel", afirma Marisa. O estudo servirá como embasamento social para o tema macro da campanha de Dia dos Pais do Boticário, que posiciona a educação como o maior legado que um pai pode deixar na vida de um filho.

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