Na ONU, Tarciana Medeiros conta que Banco do Brasil já emprestou R$ 200 bilhões para mulheres
Durante conversa com Ana Fontes, executiva também disse se sentir muito confortável no papel de CEO, resposta à polêmica do dia
Editora ESG
Publicado em 20 de setembro de 2024 às 14h10.
Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 14h16.
Salário justo, igualdade de remuneração entre homens e mulheres e atenção às iniciativas que já dão resultado: em um dos pontos altos da programação do SDGs in Brazil 2024, encontro promovido pelo Pacto Global - Rede Brasil na sede da ONU, em Nova York, o bate-papo entreAna Fontes, CEO daRede Mulher Empreendedora, e Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil , trouxe reflexões sobre caminhos que têm se mostrado assertivos para o enfrentamento das disparidades no mercado de trabalho.
Ao introduzir a conversa, Ana Fontes lembrou dados do Relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2024, do CEBRAP, que apontaram uma redução de 40% na proporção de pessoas em extrema pobreza, mas sem alteração significativa na desigualdade de renda. Conforme o documento,o 1% mais rico da população possui rendimento mensal 31,2 vezes maior que os 50% mais pobres.
A presidente do Banco do Brasil trouxe para a pauta a necessidade de se falar mais sobre salário digno, conceito que considera imprescindível não apenas dentro da instituição, mas também em contratos com fornecedores. “Falar de salário digno é falar de economia, de crescimento econômico das empresas. E é tratar diretamente dascondições de vida dos colaboradores”, afirmou. “Adicionalmente, é muito importante considerar raça e gênero, aspectos transversais em qualquer pauta”, completou a executiva.
Polêmica abordada com descontração
Para ilustrar como o banco tem atuado para que a diversidade se reflita em todas as camadas, Tarciana compartilhou os resultados da plataforma Mulheres no Topo, iniciativa lançada em março de 2023, que uniu, em um hub, parceiros, benefícios e conteúdo para apoio a empreendedoras. “Com uma estratégia de comunicação voltada para todos os perfis de mulheres, nos últimos vinte meses,elevamos em 41% o volume absoluto de crédito concedido para elas. O que significa mais de R$ 200 bilhões ”, comemorou.
Em sua abertura, Ana Fontes fez referência descontraída à polêmica do dia sobre um dos executivos do G4 Educação, quegerou comoção nas redes sociais após declarar que mulheres não seriam aptas a serem CEOs . Ao ser questionada sobre como se sentia sendo presidente, Tarciana Medeiros, uma das lideranças femininas corporativas mais relevantes da atualidade, afirmou se sentir muito bem no papel. A fala foi ovacionada pela plateia de mulheres e homens presentes.
A executiva do Banco do Brasil ressaltou a importância de CEOs promoverem o engajamento da alta liderança e que aprovações passem sempre pelos mais altos níveis de governança, para garantir o legado e ainda reverberar transformações também para fora das empresas. “É fundamental que todos – colaboradores e corporações – façam tudo que está ao seu alcance. E isso não quer dizer criar coisas novas. Particularmente, tenho até preocupação com a quantidade de movimentos que se cria. Mas é possível entender o que já está andando, acontecendo, e se colocar nas lacunas onde podemos atuar em complemento para mudar realidades.”