Metas para combate à poluição plástica até 2025 são intangíveis, afirma ONU e EMF
Relatório afirma que 42% dos signatários ainda não aplicaram nenhum tipo de modelo de reutilização de embalagens em suas estratégias
Fernanda Bastos
Publicado em 6 de novembro de 2022 às 10h02.
Segundo o relatório o Compromisso Global de 2022, produzido pela Fundação Ellen MacArthur (EMF) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o compromisso de usar apenas embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025 está se tornando inatingível para a maioria das empresas signatárias. Ainda de acordo com o levantamento, o uso de material reciclado em embalagens aumentou consideravelmente, tendo duplicado nos últimos três anos.
As empresas estão se esforçando para reduzir o uso de plástico virgem, mas o contingente alcançou os mesmos níveis de 2018. Porém, o levantamento para uma Nova Economia dos Plásticos, mostra progresso dependendo do grupo signatário. O conteúdo reciclado pós-consumo teve uma crescente, passando de 4,8% em 2018 para 10% em 2021.
“O Compromisso Global continua a fornecer transparência sem precedentes sobre como as principais empresas estão lidando com a crise da poluição plástica. As últimas descobertas demonstram a necessidade de intensificar urgentemente os esforços – tanto de empresas quanto de governos”, disse Sander Defruyt, líder da Iniciativa de Plásticos da Fundação Ellen MacArthur.
A utilização de conteúdo reciclado deve aumentar caso as marcas e varejistas quiserem atingir a meta de 26% até 2025. Há um longo caminho para acelerar caso as empresas queiram superar a meta. Desde 2018, 59% das marcas e varejistas reduziram o uso de plástico virgem. No entanto, em 2021, os aumentos de alguns dos maiores usuários de embalagens plásticas resultaram em um aumento geral de 2,5%, revertendo as quedas observadas em 2019 e 2020.
Em 2021, as primeiras marcas globais anunciaram metas quantitativas para aumentar a adoção de embalagens reutilizáveis. No entanto, 42% dos signatários ainda não introduziram nenhum modelo de reutilização em suas estratégias de embalagem.Embalagens plásticas flexíveis, como sachês e películas, representam um problema significativo. A dificuldade de reciclá-los - na prática e em escala - é uma das principais razões pelas quais a maioria das empresas não alcançarão sua meta de usar apenas embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025.
“É claro que grandes desafios permanecem à medida que as empresas buscam cumprir o Compromisso Global. À medida que os países iniciam negociações para uma estratégia global para acabar com a poluição plástica, o Compromisso Global fornece uma estrutura importante para ajudar a acelerar as ações de combate à poluição plástica. Ao aderir ao Compromisso Global e engajar no início do processo, os governos podem identificar áreas prioritárias para acabar com a poluição plástica de forma eficaz e acelerar o progresso”, afirma Inger Andersen, diretor executivo da PNUMA (P rograma das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
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