Investimentos em ESG devem chegar a US$ 53 trilhões até 2025, diz estudo
Dos executivos e gerentes entrevistados, 90% afirmaram que as iniciativas de ESG mostram retornos financeiros positivos para as organizações.
Fernanda Bastos
Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 11h31.
Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 11h39.
No relatório ESG Radar 2023, a empresa de consultoria e serviços digitais Infosys (NYSE: INFY), analisou ações que podem afetar o lucro de organizações e como a receita pode ser impactada dependendo das abordagens ESG. O estudo afirma que os investimentos em ESG nas organizações devem chegar a US$ 53 trilhões até o ano de 2025 — um terço dos ativos globais sob gestão.
Segundo o estudo, que teve a participação de mais de 2,5 mil executivos e gerentes de companhias com mais de US$ 500 milhões de receita anual nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, França, Alemanha, países nórdicos, Índia e China, existe uma tendência de mudança de como as empresas têm incorporado as práticas ESG.
“Nesse sentido, uma análise que se pode fazer é que as iniciativas ambientais, sociais e de governança criam valor, mas as empresas ainda estão aquém do esperado. Com essa pesquisa, também conseguimos verificar como os executivos e especialistas em ESG esperam que o tema compense no futuro, e também de que maneira estão se adaptando a esse novo ambiente”, comenta o diretor de RH da Infosys Brasil, Wilson Albertoni Oliveira.
Os dados ainda apontam que 90% dos entrevistados afirmaram que as iniciativas de ESG mostram retornos financeiros positivos nas organizações. Em outras palavras, os parâmetros ESG trazem um reflexo financeiro importante. Os entrevistados (41%) ainda relataram que os retornos aconteceram em uma janela de dois a três anos. Outro dado do estudo é que as companhias buscam ajuda no assunto em diferentes locais, como em parceiros de negócios (74%), agências de informação (56%) e fornecedores (50%).
Porém, segundo o relatório, as empresas olham mais para os benefícios de marca do que outros resultados financeiros e, ainda, concentram os esforços para o “E” — de questões ambientais. A análise também explicitou que a maior ênfase em iniciativas sociais e de governança geram melhores lucros. Ou seja, a participação de mulheres nos conselhos ou posições diretivas se correlacionam com o aumento dos lucros.
Além disso, um aumento de 10 pontos percentuais nos gastos em ESG indica um crescimento de 1 ponto percentual no lucro do negócio. Dito isso, uma empresa que gaste 5% de seu orçamento em ESG poderia esperar um aumento de lucro de 1 ponto percentual, se ampliasse os investimentos em ESG para 15%. A relação entre investimento em ESG e o resultado final é complexo e deve considerar fatores como fidelidade do cliente, economia de custos e redução de riscos.
“Embora a preocupação com as metas de ESG precise ser levada em conta, os maiores benefícios financeiros das organizações vêm de mudanças organizacionais no topo. Isso porque, no futuro, a sustentabilidade será a maneira de fazer negócios, e as companhias vão precisar reorientar seus modelos de negócios para que o ESG esteja completamente integrado”, conclui Oliveira.
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