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Gol vira embaixadora de movimento de equidade racial para aumentar contratação de pessoas negras

Companhia aérea se tornou embaixadora do Raça é Prioridade, criado há um ano pelo Pacto Global da ONU no Brasil; hoje, só 3% da liderança é negra

Gol: companhia vem fazendo forte trabalho de viés consciente na hora da contratação, diz Felipe Sobrinho, head de ESG (Divulgação/ Pacto Global ONU Brasil/Site Exame)

Gol: companhia vem fazendo forte trabalho de viés consciente na hora da contratação, diz Felipe Sobrinho, head de ESG (Divulgação/ Pacto Global ONU Brasil/Site Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 19h54.

Última atualização em 28 de novembro de 2023 às 11h30.

GENEBRA - Na companhia aérea Gol, influenciar no “poder da caneta” virou uma missão. A analogia é feita por Felipe Sobrinho, que lidera a frente de ESG da Gol e é diretor executivo do Instituto Gol desde agosto do ano passado. “O poder da caneta é da pessoa que vai contratar e formar os times. Na hora de escolher, o líder já tem que ter um processo consciente, quebrado uma série de crenças limitantes”, diz.

Nesta segunda-feira, 27, a companhia anunciou a adesão como embaixadora do movimento Raça é Prioridade, criado pelo Pacto Global da ONU no Brasil. Além da Gol, a plataforma de vagas de emprego 99jobs, o Banco do Brasil e a Ambipar, de gestão ambiental, são embaixadoras da iniciativa, lançada há um ano na esteira da Ambição 2030 – uma agenda de propostas para expandir o engajamento do setor privado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

“O movimento nasceu junto com a Ambição 2030 e no início ficamos muito decepcionados com a dificuldade de adesão das empresas ao tema. Agora, a entrada da Gol como embaixadora mostra intencionalidade para avançar nessa agenda”, diz Camila Valverde, diretora da Frente de Impacto e COO do Pacto Global.

Passado um ano, o movimento Raça é Prioridade conta com 50 signatárias de seu compromisso para aumentar a inclusão de pessoas negras no ambiente corporativo e incentivar a ocupação de posições de liderança. Uma das metas é chegar a 30% de lideranças negras das empresas até 2025. “Negros estão ocupando só 4% da posição de liderança, e quando se fala de mulheres, esse índice é de 0,4%, mesmo sendo mais da metade da nossa população”, observa Valverde.

Na Gol, esse ainda é um caminho longo a ser seguido. Do quadro de funcionários, 33% são negros e pardos – profissionais que representam 15% das lideranças (apenas 3% quando o recorte é apenas de pessoas pretas), de acordo com dados do Relatório de Sustentabilidade de 2022, publicado em julho deste ano pela companhia. Em censo realizado neste ano, porém, 40% dos funcionários se identificaram como negros ou pardos. “A partir do momento de conscientização, de se falar mais sobre o tema, já começamos a ter pessoas se reconhecendo como negras”, observa Sobrinho.

Ao longo de 2023, a Gol se debruçou especialmente no letramento racial de seus stakeholders, com destaque para seus executivos, explica Sobrinho. Agora ao se tornar embaixadora do movimento do Pacto Global, o objetivo é usar a agenda da ONU como um norte da agenda da Gol. “É um passo na estruturação de projetos. Estamos indo para nosso próximo passo que é atualizar a nossa dupla matriz de materialidade da agenda ESG”, diz ele.

A matriz vai estabelecer metas e ações ambientais e sociais para os próximos três anos. A expectativa é de que esses objetivos sejam divulgados a partir do segundo semestre do ano que vem.

Também signatária do Pacto Racial, a empresa espera ter ao longo de 2024 um mapeamento do número de pessoas negras para o qual pode crescer em contratação. “Hoje as vagas da Gol já são vagas para todos, o texto foi atualizado para ficar mais inclusivo. Mas a ideia é também criar programas específicos para a população negra, tanto do nosso público interno quanto para o externo.”

*A jornalista viajou a convite do Pacto Global da ONU no Brasil

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