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Fundação Amazônia Sustentável beneficia famílias por projetos de infraestrutura

Desde 2008, a FAS atua na região amazônica com projetos, dentre eles, de educação, geração de renda e infraestrutura

Amazônia: Fundação se propõe a impactar comunidades presentes na região (Leandro Fonseca/Exame)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 19 de maio de 2023 às 07h00.

Última atualização em 31 de maio de 2023 às 19h24.

Do Rio Purus, no estado do Amazonas

Há 15 anos, a Fundação Amazônia Sustentável atua na região amazônica brasileira. Com projetos embasados nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, a instituição conta com programas de educação, geração de renda e infraestrutura, entre outros. De acordo com dados da organização, 14.397 famílias foram beneficiadas por projetos de infraestrutura em 119 comunidades durante o último ano. Enquanto, 21.526 famílias foram impactadas por projetos da FAS no decorrer dos 15 anos de atuação.

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“A FAS é uma organização da sociedade civil cujo propósito é ‘Manter a Amazônia viva, com todos e para todos’. O atingimento desse propósito necessita o desenho e a implementação eficazes e eficientes tanto na Amazônia urbana quanto na profunda”, afirmou Valcléia Solidade é Superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, responsável pela gestão da superintendência dos programas oferecidos pela fundação, em entrevista para a EXAME ESG .

Em 2018, quando completou dez anos de existência, a fundação – que conta, hoje, com 145 funcionários – conquistou o Certificado de Honra ao Mérito da Assembleia Legislativa do Amazonas, além do Prêmio Melhores ONGs, que também recebeu o mesmo reconhecimento nos anos de 2019 e 2021.

Os primeiros passos

A superintendente explica que tudo começa com a escuta ativa dos territórios a serem impactados pelos projetos por meio de oficinas comunitárias que buscam co-criar soluções – que podem ser expandidas e ampliadas por programas públicos. Os projetos abraçam os temas de educação, empoderamento, renda e empreendedorismo, infraestrutura, conservação ambiental, saúde, pesquisa, desenvolvimento e inovação.

O alinhamento ESG

O processo de diligência da organização segue alguns questionamentos definidos com base nos aspectos ESG (do inglês, meio ambiente, social e governança). O processo tem como fundamentação principal três questionamentos: A alta gestão está alinhada com o ESG?; quais são os projetos que estão alinhados com os princípios ESG? e como funcionam os indicadores e monitoramento desses impactos.

A análise é feita por uma empresa de consultoria e envolve análise de relatórios, entrevistas e outros. “A consultoria independente apresenta ao Conselho de Administração da FAS um relatório, apontando gargalos e pontos de atenção. Ainda no Conselho, representantes da empresa discutem potenciais pontos de atenção. Por fim, o Conselho de Administração da FAS delibera sobre a parceria”, comentou

Parcerias e a necessidade de investimentos

Solidade descreve como fundamental o papel das empresas e do investimento privado, se empenhando em transformar a curva de destruição em prosperidade na Amazônia. “Isto vai além dos investimentos em compensação ou mitigação dos impactos causados pelas empresas – pois isso é lei. Diversas bolsas de valores, inclusive a B3, remuneram melhor os acionistas que investem em empresas que investem coerentemente em ESG”, comenta.

Segundo a superintendente, se não houver investimento nas pessoas que cuidam da floresta, nenhum projeto ou ação terá êxito. “Devemos ter em mente que os territórios são formados por populações que estão inseridas neles e que tem tradições culturais inerentes aos diversos espaços ocupados por eles. Devemos valorizar a ancestralidade, culturas e costumes para que de fato o legado dessas populações possa continuar existindo”, pontuou Solidade.

Os programas

Os projetos da FAS estão divididos em cinco frentes: Educação, Empreendedorismo, Floresta em Pé, Saúde na Floresta e Soluções Inovadoras. O Programa Floresta em Pé (PFP), por exemplo, auxilia comunidades no manejo e bioeconomia de espécies locais, como o Pirarucu, Cacau e Guaraná. Em 2022, somente, foram contabilizados R$ 7 milhões de faturamento de negócios sustentáveis e, um deles é o cultivo do cacau na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) nas várzeas do Rio Madeira.

Além do apoio da FAS, a ação de cultivo do cacau conta com o suporte do Fundo Amazônia do BNDES para oferecer uma técnica de cultivo do cacau que conserve o solo e gera renda para os agricultores familiares. Este projeto segue alinhado com os ODS 1 (Erradicação da Pobreza), 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).

Outro projeto é o Dicara (Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia) que, desde 2014, se propõe a fortalecer a autonomia de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos nas zonas rurais e periféricas de Unidades de Conservação (UC) da região Amazônica. O programa se estrutura em três pontos focais: educação, cidadania e saúde. Assim como o programa Primeira Infância Ribeirinha e o Primeira Infância Amazonense (PIA) que focam em programas de saúde, além disso, a instituição conta com programa para mulheres e homens em diversas frentes.

Na área da saúde, Solidade destaca o projeto SUS na Floresta, que implementou 66 pontos de conectividade que possibilitaram a realização de quase 1080 teleatendimentos em saúde nas comunidades apoiadas pela fundação.

“Se a Amazônia tem esse valor tão importante para o Brasil e o planeta, deve-se considerar que o maior patrimônio são as pessoas que nela habitam e que têm cuidado com maestria do seu ecossistema e sua biodiversidade. Por isso é muito essencial investir nos territórios com infraestrutura social, econômica e ambiental, garantindo qualidade de vida para todos”, conclui Solidade.

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