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Fim do carvão? Agência Internacional discute o futuro da fonte mais poluente do mundo

Relatório discutirá se ainda há espaço para o carvão na matriz de energia global

Emissões: a cada ano, produzimos mais CO2 do que a Terra consegue absorver. (Lukas Schulze/Getty Images)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 06h12.

O carvão é responsável por 40% das emissões de carbono relacionadas à energia no mundo, mais do que qualquer outra fonte. Apesar de ser um combustível importante nos sistemas globais de energia, governos ao redor do mundo querem banir o carvão num esforço de reduzir as emissões de poluentes - e, de quebra, incentivar as energias renováveis.

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O futuro da fonte de energia mais ‘suja’ do mundo é o tema central do novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), a ser divulgado nesta sexta-feira, 18.

Publicado anualmente, o documento traz informações de destaque sobre o uso do carvão e previsões para a oferta e demanda da matéria-prima nas próximas décadas. Os dados podem nortear decisões de empresas, indústrias e investidores.

Em 2020, a expectativa é que o documento destaque informações que vão na contramão com o que foi mostrado nas edições anteriores. Segundo a IEA, entre 2009 e 2019, o consumo global de carvão cresceu em média cerca de 1% ao ano, chegando às 7,6 bilhões de toneladas.

Com a pandemia e a paralisação de diferentes setores, sobretudo a queda da produção industrial global, o relatório de 2020 pode consolidar informações bem diferentes. Em uma análise preliminar, a IEA estimava uma queda acentuada na demanda de carvão do setor de energia neste ano como resultado direto da crise econômica.

A ascensão das renováveis

Na contramão dos combustíveis fósseis, as energias limpas tiveram um crescimento exponencial em 2020. Somados aos custos mais baixos, novas tecnologias e preocupação crescente de consumidores e empresas por uma economia de baixo carbono, as fontes renováveis serão a grande força motriz da energia no futuro. Daqui três décadas, as energias solar e eólica vão responder por 56% da demanda mundial de eletricidade, segundo a Bloomberg New Energy Finance.

Ao mesmo tempo, no âmbito do Acordo de Paris, países são pressionados a reduzir suas emissões. A União Europeia assume a vanguarda nessa agenda e é esperado que a maior economia do mundo também sinta reflexos diretos com a chegada de Joe Biden ao poder.

A verdade é que o futuro do carvão ainda é incerto. Um relatório da Agência de Energia Nuclear da OCDE e a IEA estima que os custos para a geração de eletricidade continuarão a diminuir no caso das energias renováveis, principalmente a energia eólica e solar fotovoltaica. Sendo assim, ficará cada vez mais simples para países optarem pelas renováveis no lugar dos combustíveis fósseis.

No páreo da competição por uma parcela mais significante na participação energética mundial está também o gás natural, que também irá disparar até 2040.

Até mesmo na China, que demanda cerca de 80% de todo o carvão do mundo, há uma nascente preocupação com a agenda sustentável. Impulsionado pela indústria, o país detém 36% de participação de carvão no setor industrial, mas já anunciou a meta de ser livre de carbono até 2060.

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