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Elie Horn lança think tank para estimular doações e a cultura de fazer o bem no Brasil

Fundador da Cyrela reúne nomes como Ellen Gracie e Fabio Barbosa para dar visibilidade a projetos que ajudem a transformar a sociedade

Elie Horn e Alexandre Cruz: em média, as doações feitas no Brasil representam menos de 0,2% do PIB (Lucas Amorim/Exame)
Lucas Amorim

Diretor de redação da Exame

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 09h05.

"O bem é o que melhora a humanidade, e isso não tem fim". A definição simples e precisa de Elie Horn, o fundador da incorporadora Cyrlea, encapsula o sentimento que planeja espalhar com sua nova empreitada. Nesta terça-feira ele reuniu empresários e nomes de influência no Brasil para lançar a Think Tank do Bem, um movimento que visa estimular a cultura de doação e de fazer o bem dentro da sociedade.

Horn é conhecido como uma referência no mercado de construção, mas também por ser signatário do The Giving Pledge, movimento criado por Warren Buffett e Bill Gates para incentivar bilionários a doar ao menos metade de suas fortunas. A inquietação do empresário brasileiro é que, ao contrário do que esperava, não conseguiu fazer com que este passo tivesse um movimento de arrasto na sociedade.

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Com a Think Tank do Bem, sua ideia é finalmente iniciar esta onda. "A nossa missão nessa terra é fundamental, e esse grupo se reúne para fazer o bem. Para reunir ideias que ajudem a sociedade a melhorar", disse no lançamento do projeto, na capital paulista. "Quero deixar o mundo melhor do que quando nasci, e minha obrigação é tentar. Quando você luta, você vence".

O novo projeto, destaca o empresário, não tem recursos financeiros envolvidos, mas reúne tempo e dedicação de um grupo de 26 expoentes na sociedade. E que deve crescer com o tempo.  "Nosso exemplo vai valer muito", disse "Seu Elie", como é conhecido o empresário de 80 anos. Entre os fundadores estão Pedro Passos e Fábio Barbosa, da Natura, Sidney Klajner, do Hospital Albert Einstein, a ex-ministra Ellen Gracie, e José Galló, ex-CEO da Renner

Alexandre Cruz, fundador da Jive Investimentos e um dos co-fundadores do projeto, dividiu o palco com Horn e contou que as discussões para criação do movimento começaram há 6 meses. "A ideia é ampliar a cultura de fazer o bem e impulsionar bons projetos que já existem", disse. "A think tank não é para criar ideias novas, é para aproveitar ideias que já existem e disseminá-las".

Cruz contou que no Brasil menos de 0,2% do PIB vai para doações -- a última projeção é de 0,13%, do Instituto para o Desenvolvimento Social. Nos Estados Unidos, o percentual chega a 2%, impulsionado por um estímulo a doações de heranças.A Think Tank do Bem será organizada em cinco pastas, para priorizar ações "que contagiem": combate à miséria, educação, saúde, meio-ambiente e justiça. O plano é que até o final do ano as pastas já definam projetos prioritários e definam metas de trabalho.

"Veja o exemplo da tragédio do Rio Grande do Sul. Quando toda a mídia, a sociedade e os grupos de Whatsapp falaram do tema, as doações foram muito além das expectativas. Mas caíram na mesma velocidade, infelizmente. Queremos manter essa cultura viva", disse Cruz.

Aron Zylberman, diretor do Instituto Cyrela e também co-fundador do movimento, lembrou uma frase do cineasta argentino Fernando Birri que ajuda a definir o objetivo sem fim da cultura de doações: "As utopias foram feitas para nos manter caminhando".

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