COP28 aprova fundo climático de perdas e danos para países vulneráveis
Sem aprovação do texto, compromisso de financiamento poderia ser questionado, o que prejudicaria o resto das negociações sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa
Agência de notícias
Publicado em 30 de novembro de 2023 às 11h48.
Última atualização em 30 de novembro de 2023 às 15h09.
"Felicito as partes por esta decisão histórica. É um sinal positivo para o mundo e para o nosso trabalho", declarou Sultan Al Jaber, presidente da COP28, que vai até 12 de dezembro.
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"Escrevemos hoje uma página da história (...) a rapidez com que o fizemos não tem precedentes", sublinhou.
Depois de uma longa luta, os países do Norte e do Sul chegaram a um frágil compromisso em 4 de novembro, em Abu Dhabi, sobre as regras de funcionamento deste fundo, cujo lançamento efetivo está previsto para 2024.
A adoção do texto logo na abertura da COP elimina o receio de que o compromisso seja questionado, o que prejudicaria o resto das negociações sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global.
Madeleine Diouf Sarr, presidente do grupo de países menos desenvolvidos, que representa 46 das nações mais pobres, saudou uma decisão que tem "enorme significado para a justiça climática".
"Os países ricos agora precisam anunciar contribuições significativas", disse Friederike Röder, da ONG Global Citizen.
Início tímido
Apesar de até o momento existirem algumas inconsistências sobre o montante exato, de acordo com comunicado oficial da conferência, assumiram o compromisso financeiro países como a Alemanha (oferecendo US$ 100 milhões ao fundo), EUA (com US$ 17,5 milhões), Japão (com US$ 10 milhões) e Reino Unido (com 60 milhões de libras). No caso dos britânicos, desse total a ser desembolsado 20 milhões de libras terão como destino outros acordos. Até agora, as doações chegam a, aproximadamente, US$ 300 milhões, ou R$ 1,466 bilhão.
Os montantes ainda estão longe das dezenas de bilhões de dólares necessários para financiar os danos climáticos sofridos pelas nações mais vulneráveis, que historicamente têm contribuído menos para o aquecimento global.
De acordo com o texto aprovado, o fundo ficará provisoriamente guardado, por um período de quatro anos, no Banco Mundial.
Os países mais desenvolvidos, a começar pelos Estados Unidos, se recusaram a tornar as suas contribuições obrigatórias, defendendo que fossem voluntárias, e exigem que a base de nações contribuintes para o fundo seja expandida para grandes países emergentes, como a China e a Arábia Saudita.